Mais de 100 sepulturas num cemitério israelita judeu na zona leste da cidade de Westhoffen, em França, foram danificadas e vandalizadas.
As sepulturas foram pintadas com suásticas nazis e com o número 14, usado como ligação ao ‘slogan’ supremacista branco, na mais recente onda de ataques antissemita.
O Presidente Emmanuel Macron já reagiu no Twitter, escrevendo que França vai combater o antissemitismo “até os nossos mortos possam dormir em paz”. “Os judeus são e fazem parte da França”, escreveu.
França acolhe uma comunidade judaica de cerca de 550 mil pessoas – a maior da Europa.
O nordeste de França na região de Alsácia, na fronteira com a Alemanha, tem sido marcada por uma série de actos antissemitas nos últimos meses.
O chefe-rabino Haïm Korsia disse que está “revoltado e horrorizado de saber de mais uma profanação de um cemitério em Alsace”.
O presidente da câmara da região de Bas-Rhin, Jean-Luc Marx, visitou o lugar para demonstrar o seu apoio à comunidade judaica e “expressou a sua indignação” num comunicado de imprensa.
O cemitério de Westhoffen tem 700 sepulturas, incluindo túmulos de várias relações do antigo primeiro-ministro Léon Blum, o primeiro líder judeu da França antes e pouco depois da Segunda Guerra Mundial.
O primeiro ministro Edouard Philippe demonstrou também a sua “revolta e repulsa pelas inscrições antissemitas nos dois municípios de Bas-Rhin”, acrescentando que “os autores destes actos devem ser encontrados e punidos”.
O ministro francês do Interior Christophe Castaner qualificou, num tweet, a profanação do cemitério como “actos abjectos e repugnantes”.
Por sua parte, o prefeito Jean-Luc Marx condenou “com a maior firmeza estes odiosos actos antissemitas que atingem mais uma vez o Baixo-Reno e expressou o seu total apoio à comunidade judaica”, indica o comunicado.
A Alsácia é confrontada, há vários meses, com um aumento de graffiti e degradações de carácter antissemita e/ou racista.
No mesmo departamento do Baixo-Reno, 96 sepulturas do cemitério judeu de Quatzenheim, a cerca de 15 quilómetros de Westhoffen, foram profanadas com inscrições antissemitas em 19 de Fevereiro deste ano, assim como as do cemitério de Herrlisheim, no nordeste de Estrasburgo, em 11 de Dezembro de 2018.
Em meados de Abril, inscrições racistas e antissemitas foram descobertas nas paredes da Câmara Municipal de Dieffenthal (Baixo-Reno).
Alguns dias depois, suásticas e insultos foram marcados na fachada da casa de um eleito em Schiltigheim, perto de Estrasburgo.
Inscrições de carácter antissemita também foram descobertas no início de Março, em frente a uma escola de Estrasburgo e suásticas nas paredes de uma antiga sinagoga em Mommenheim.
Câmaras municipais e representantes eleitos foram também alvo de ataques.
Redacção com TSF e Renascença