Ainda falta uma semaninha para a Noite de Consoada, mas já se ouve por toda a cidade (e arredores): ‘Vais ao Bananeiro?”. A pergunta ouve-se também português do Brasil.
Este ano, entre as 16 e as 20 horas, o ‘Bananeiro’ promete também ser falado em português do outro lado Atlântico. Os milhares de brasileiros que nos últimos meses chegaram à Braga não escondem a curiosidade sobre esta tradição “natalina” da Cidade dos Arcebispos.
Muitos buscam ‘Bananeiro’ na internet. “Que coisa essa do Bananeiro, hem?”, cometam, enquanto partilham via facebook ou whatsapp para os confins do país de Bolsonaro as imagens encontradas
Outros confessam ao PressMinho que já compraram a garrafa de moscatel (“de Setúbal, né ?. Favaios não vale, sabia?”). A banana fica para o dia.
E, como bons bracarenses, perguntam: “Você vai no Bananeiro?”.
A resposta varia, mas a verdade é que todos os bracarenses já estiveram, pelo menos uma vez, à porta da Casa das Bananas – ‘Bananeiro’ para os amigos – na noite de 24 de Dezembro de banana e copo de moscatel (de Setúbal, atenção!) na mão. Pouco importa que faça frio, vente ou chova. Ir até lá, aquece o corpo e o espírito de rico ou pobre, novo ou velho, homem ou mulher.
Já não é aquela meia dúzia de amigos que há 40 anos (mais coisa menos coisa) que se reunia espontaneamente (e meio às escondidas…), no n.º 26 da rua do Souto, bem no centro da cidade, para beber um ‘banano’ de ‘preparação’ para a Ceia de Natal em família.
Primeiro de convite passado de boca em boca, e depois graças às televisões e redes sociais, hoje são milhares os que aceitam o desafio: “Vamos ao ‘Bananeiro’ comer uma banana e beber um banano?”.
E foi assim que o Natal do Bananeiro se tornou “mítico”, o adjectivo preferido dos mais aficionados deste ‘aperitivo’ da Ceia “natalina” como dizem os brasileiros.
Fernando Gualtieri (CP 1200)