“É fundamental combater as desigualdades e as situações de pobreza e exclusão social, que afetam ainda um grande número de cidadãos: os idosos mais carenciados, os desempregados ou empregados precários, os jovens qualificados que não encontram no seu país o reconhecimento que merecem”, afirmou esta sexta-feira Cavaco Silva na sua última mensagem de ano novo como Chefe de Estado.
O Presidente da República apelou ainda e ao acolhimento dos imigrantes em Portugal, lembrando que “ao longo da história, muitos milhares de portugueses partiram para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida”.
A dois meses do fim do mandato, recordando os roteiros que efectuou pelo país, Cavaco disse ter encontrado “uma sociedade civil portuguesa dinâmica em tempos difíceis” e um “o país real que muitos agentes políticos desconhecem”.
“Este não é um país imaginário. Este é o Portugal do presente, que encontramos bem vivo de Norte a Sul, no litoral e no interior, nas regiões insulares, nas comunidades da diáspora. Este é o país real, o país verdadeiro, que muitos agentes políticos desconhecem, que a comunicação social tantas vezes ignora e que conheci de perto durante os meus mandatos”, afirmou, referindo que “os portugueses que estão a fazer Portugal nem sempre são reconhecidos ou valorizados como merecem”.
“Vivemos um tempo de incerteza. Temos o dever de defender o modelo político, económico e social que, ao longo de décadas, nos trouxe paz, desenvolvimento e justiça”, declarou ainda.
“Temos de renovar o contrato de confiança entre todos os portugueses, aquilo que constitui a maior razão para acreditarmos num futuro melhor, para nós e para os nossos filhos”, acrescentou Cavaco, que antes considerara que a sociedade civil portuguesa “tem por adquiridos os princípios da liberdade e da democracia, identifica-se com os valores civilizacionais do Ocidente e com o modelo de desenvolvimento económico e social da Europa”.
Fernando Gualtieri (CP1200)