O Governo português quer retirar por via aérea os portugueses retidos em Wuhan, cidade chinesa de onde é originário o coronavírus que matou já mais de 80 pessoas no país e, entretanto, colocada sob quarentena.
Num comunicado dirigido aos cerca de 20 portugueses que residem na cidade – entre eles quatro vimaranenses-, a embaixada portuguesa esclarece que iniciou “de imediato todos os passos” para proceder à retirada por via aérea, recorrendo a um avião civil fretado “que vos vá buscar a Wuhan e dali vos leve directamente para Portugal”.
“É este o plano que está a ser equacionado em Lisboa e sobre o qual nós estamos já a pedir as devidas autorizações às autoridades chinesas de Pequim e de Hubei [província chinesa da qual Wuhan é capital]”, lê-se na mesma nota.
Situada no centro da China, a cidade de Wuhan foi colocada na semana passada sob uma quarentena de facto, com saídas e entradas interditas pelas autoridades durante período indefinido, apanhando os residentes de surpresa.
O Governo português estudou inicialmente uma retirada via terrestre para Xangai, no leste da China, de onde os portugueses voariam para Portugal.
No entanto, a passagem por terra necessitaria das autorizações das províncias que separam Hubei de Xangai, o que “levaria mais tempo que o previsto a ser obtido” e exigiria que os cidadãos portugueses fossem colocados sob quarentena num desses territórios antes de saírem da China.
A agência noticiosa italiana ANSA avançou esta segunda-feira, por exemplo, que Roma considera colocar os seus cidadãos residentes em Wuhan sob quarentena na província vizinha de Hunan, antes de os fazer sair para Itália.
Lisboa considera que aquela situação “não correspondia ao que sempre procurámos, que foi a evacuação directa para Portugal”.
O Governo português equaciona ainda realizar aquela operação em conjunto com os esforços de evacuação de outros países da União Europeia, dentro do mecanismo de solidariedade europeu, previsto para este tipo de situações.
O mesmo comunicado alerta os portugueses de Wuhan para a “possibilidade de que à chegada a Portugal, as autoridades de saúde portuguesas apliquem como medida de prevenção um período de quarentena”.