Um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro (UA) criou uma lanterna portátil, impressa em 3D, para crianças marroquinas sem acesso à luz. O objectivo é que as crianças das aldeias mais remotas possam estudar à noite e tenham iluminação no caminho que fazem entre a escola e as suas casas.
Em comunicado, a Universidade de Aveiro explica que a lanterna – a Lampe – “utiliza um power bank recarregável ligado a um conjunto de cinco leds. Juntamente com as lanternas, os estudantes da UA vão entregar também dois carregadores comunitários, que serão instalados nas escolas. Assim, durante as aulas, as crianças vão poder carregar diariamente as lanternas que têm uma autonomia de seis horas”.
“Não se trata de uma tentativa de mudar o mundo, mas sim de o tornar um pouco mais brilhante”, refere Pedro Magalhães, estudante do Mestrado Integrado em Engenharia Electrónica e Telecomunicações, mentor da ideia, realçando ainda que vão oferecer “algo tão simples para nós, mas tão luxuoso para quem o recebe e também precisa dele”.
A ideia surgiu durante uma viagem para estudantes universitários portugueses e espanhóis, que anualmente se realiza em Marrocos – o Uniraid.
“Ir a Marrocos e conhecer a realidade daquelas crianças alertou-nos para muitas necessidades. É impossível colmatar todas, no entanto é sempre possível fazer alguma coisa”, disse o estudante.
“Um dos grandes problemas que vimos no terreno é que há muitas crianças a deslocarem-se a pé para as escolas. Em muitas zonas remotas não há estradas, muito menos passeios ou iluminação pública decente. Quando anoitece há muitos acidentes, porque as crianças não têm material reflector nem estão visíveis, estejam elas a pé ou de bicicleta”, explica, referindo que, por essa razão, construíram a Lampe, que é “facilmente recarregável e com muita versatilidade na aplicação”.
O grupo vai levar 30 lanternas para serem distribuídas durante a próxima Uniraid que se realiza de 15 a 23 de Fevereiro.
Para além do apoio do Departamento de Electrónica Telecomunicações e Informática da UA, os estudantes contaram com apoios de várias empresas da região, como a Mauser, uma empresa de electrónica, e o Hardware City, uma comunidade de empreendedores.