O Tribunal de Guimarães condenou esta sexta-feira a penas suspensas quatro organizadores Rali Sprint que resultou na morte de três pessoas em Setembro de 2014 atingidos por um carro que se despistou.
Os arguidos foram condenados por três crimes de homicídio por negligência de criança de 8 anos e a mãe, de 48 anos, residentes na Trofa, e um adolescente, de 13 anos, de Vizela.
A pena mais pesada, de 26 meses de prisão, foi para o director da prova, o presidente do Motor Clube de Guimarães, entidade que organizou o rali conjuntamente com a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.
Outros três organizadores foram condenados a 22 meses de prisão.
Um outro membro da direcção do Motor Clube de Guimarães e o mecânico da viatura que se despistou eram também arguidos no processo, mas foram absolvidos.
Na acusação, o Ministério Público (MP) diz que o rali foi levado a cabo “em flagrante violação das normas que regem a segurança” deste tipo de corridas.
Diz ainda que o acidente foi induzido pelas alterações efectuadas ao carro que se despistou, nomeadamente o alargamento da carroçaria.
Segundo o MP, foram montados espaçadores nas jantes traseiras, as rodas ficaram mais longe da suspensão, a pressão quadruplicou, quatro parafusos rebentaram e o despiste aconteceu.
Em tribunal, os directores do Motor Clube de Guimarães recusaram qualquer responsabilidade na morte dos três espectadores, alegando que a segurança do público era uma competência das autoridades policiais.
Também o mecânico refutou qualquer responsabilidade, afirmando que não teve qualquer intervenção nas alterações do carro, assegurando que se limitou a fazer uma espécie de revisão, antes da prova, por ser amigo do piloto dono da viatura.
Foto Nuno Fernandes Veiga