O primeiro caso de um cidadão português infectado com o novo coronavírus foi detectado a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess, atracado há semanas no Japão. A informação foi primeiro avançada pela TVI24, tendo sido confirmada pela mulher do português.
O homem, com 41 anos, faz parte da tripulação do navio há cinco anos onde exerce funções como canalizador. Natural da Nazaré, Adriano Luís Maranhão recebeu o diagnóstico às 14h00 deste sábado. Está no navio desde dia 13 de Dezembro, mas ainda não apresenta sintomas.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte da Direcção-Geral de Saúde (DGS) diz que ainda não consegue confirmar o diagnóstico. A DGS nota que “tem conhecimento” que os cidadãos com passaporte português estão a ser testados, mas que ainda não recebeu os resultados. Dado o fuso horário (04:00 hora local), a confirmação oficial poderá apenas chegar daqui a algumas horas.
“Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, disse a directora-geral de saúde, Graça Freitas, em declarações à agência Lusa.
De acordo com um comunicado de meados de Fevereiro da DGS, há oito cidadãos com passaporte português a bordo do Diamond Princess. Começaram a ser testados esta quinta-feira, terminado o período de quarentena no navio.
Desde dia 3 de Fevereiro que a embarcação está atracada, em Yokohama, no Japão, depois de o Governo japonês decretar quarentena obrigatória para as 3600 pessoas a bordo do navio. Trata-se de uma medida de prevenção para evitar mais infecções, depois de várias pessoas no navio terem sido diagnosticadas com o novo coronavírus (Covid-19).
O processo de desembarque dos passageiros começou esta quinta-feira, após o fim do período de 14 dias de isolamento (considerado o período de incubação do Covid-19). Cerca de 600 pessoas já saíram, após serem feitos os testes. No caso de Luís Maranhão, o resultado foi positivo. Está em isolamento numa das cabines do navio.
Em declarações à TVI 24, a mulher do português, Emmanuelle Maranhão, diz que o marido “não tem sintomas”, mas “sente o corpo cansado”.
Durante o período da quarentena, Luís Maranhão tinha mantido contacto regular com a família, notando que continuava a conviver e partilhar refeições com a restante tripulação do navio.
“Só sei o caso dele, não sei o caso de mais ninguém”, reforçou Emmanuelle Maranhão que ainda não conseguiu voltar a falar com o marido desde que recebeu a notícia do diagnóstico. O casal tem três filhos menores.
O facto de, contrariamente ao que acontecia com os passageiros, os tripulantes do cruzeiro tomarem as refeições no mesmo espaço, usarem os mesmos pratos e partilharem casas de banho já tinha sido alvo de críticas.
Até ao momento, foram detectados pelo menos 634 pessoas infectadas entre os 3711 passageiros e tripulantes a bordo do navio.
Fonte: Público