O bombista suicida que se fez explodir esta terça-feira numa praça central de Istambul pertencia ao grupo Estado Islâmico, segundo anunciou o primeiro-ministro turco numa conferência de imprensa. Ahmet Davutoglu confirmou também que quase todos os dez mortos e 15 feridos são de nacionalidade alemã.
A explosão ocorreu durante a manhã numa zona próxima da mesquita do Sultão Ahmed, mais ] conhecida como Mesquita Azul, no bairro histórico de Sultanahmet. É uma das principais zonas turísticas de Istambul, embora esta terça-feira não estivesse tão movimentada como o habitual, segundo disseram comerciantes locais à Reuters.
Antes da conferência de Davutoglu, responsáveis governamentais davam como certo que o bombista fosse um homem de nacionalidade síria nascido em 1988. O seu nome não foi ainda divulgado, mas a agência de notícias Dogan avança agora que o seu nome é Nabil Fadli, nascido na Arábia Saudita.
Tudo o que o primeiro-ministro turco disse foi que o homem cruzou recentemente a fronteira da Síria com a Turquia e não estava em nenhuma lista de suspeitos de terrorismo das autoridades. Davutoglu disse ter já ligado à chanceler alemã Angela Merkel para prestar condolências pelas vítimas.
A detonação, violenta, foi ouvida a vários quilómetros de distância. Testemunhas e membros das forças da ordem reportavam a existência de corpos mutilados.
O primeiro-ministro Ahmet Davotoglu convocou uma reunião de emergência e impôs restrições à publicação de notícias por parte dos media turcos
O presidente da Associação de Turismo de Sultanahmet considera que a explosão é um grande golpe para o sector: “Na zona há sete mil hotéis. Os turistas já procuram bilhetes de regresso a casa. O ano de 2016 terminou para nós”.
Na reunião anual de embaixadores, o presidente turco prometeu combater os terroristas até que o último deposite as armas e retaliou as críticas feitas ao governo por parte de diversos intelectuais, que acusam Ancara de violar direitos humanos durante as operações contra rebeldes curdos.
A Turquia está em estado de alerta há meses, tendo registado vários atentados. O mais trágico teve lugar em outubro em Ancara, fez mais de cem mortos e foi atribuído ao autoproclamado Grupo Estado Islâmico. Ancara e os rebeldes curdos romperam também a trégua. O governo turco tem em curso operações contra os rebeldes curdos do PKK, no leste do país.
Fernando Gualtieri (CP1200) com EuroNews e Agências