O Governo aprovou uma linha de crédito até 20 milhões de euros para o sector da pesca e aquicultura e suspendeu por 90 dias a cobrança da taxa de acostagem devida pelas embarcações no contexto da pandemia Covid-19.
Já este sábado, os pescadores de todo do país avisavam para o risco de os barcos começarem a ficar em terra devido à queda a ‘pique’ do preço do peixe, a ultrapassar os 60%. A classe alertou ainda para a falta de material de protecção para fazer face à pandemia, situação, ao que o PressMinho apurou, se regista em Esposende e Viana do Castelo.
Em comunicado, o Ministério do Mar anunciou para apoiar economicamente o sector “uma linha de crédito até 20 milhões de euros, a cinco anos, permitindo a contratação de empréstimos e a renegociação de eventuais dívidas, com o pagamento dos respectivos juros pelo Estado”.
Nas respostas de natureza social, adianta o ministério, “foi igualmente acelerado o pagamento do Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais da Pesca, prevendo-se o pagamento no início do mês de Abril de 508 candidaturas que envolvem 350 mil euros”.
O Ministério do Mar sublinha que tem “acompanhado permanentemente” a situação da pesca, em contacto com as associações do sector, tendo em vista planear e adoptar medidas para minimizar os impactos económicos na pesca e na aquicultura decorrentes da situação epidemiológica da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)”.
LOTAS
“Na área específica do mar foi assegurado o funcionamento das lotas e da primeira venda de pescado, através de um exigente plano de contingência posto em prática pela Docapesca, garantindo o abastecimento de pescado aos portugueses”, salienta.
Segundo o ministério, este plano inclui a adopção de medidas preventivas para a mitigação da contaminação, a suspensão de todas as visitas externas às lotas e portos de pesca, o condicionamento da entrada de compradores e armadores/pescadores no recinto da lota, a divulgação da informação preventiva da doença nos painéis electrónicos e o reforço da limpeza nas áreas de acesso público.
“No final desta primeira semana, considera-se adequado reduzir o número de leilões e adaptar o serviço público prestado à evolução das condições de actividade” e suspender “por 90 dias a cobrança da taxa de acostagem devida pelas embarcações de pesca”, anuncia ainda no comunicado.
Segundo o mesmo, o Governo já desencadeou uma iniciativa junto da Comissão Europeia, no sentido da revisão do regulamento do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), para adaptação a esta situação excepcional, defendendo medidas específicas destinadas à pesca e à aquicultura.
Está prevista para a próxima quarta-feira, uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros da Agricultura e Pesca com o Comissário Europeu, Virginijus Sinkevicius, para análise e tomada de decisões nesta matéria.
O Ministério do Mar reconhece que esta “é uma situação inédita e está empenhado em fazer o que estiver ao seu alcance para pôr em marcha medidas que protejam a fileira do pescado neste contexto de pandemia”.
Fernando Gualtieri (CP 1200) com SIC Notícias