Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, anunciou, esta segunda-feira, que o município irá disponibilizar testes de despistagem do Covid-19 para todos os utentes e colaboradores dos lares do concelho.
“Vamos agendar, ainda hoje [segunda-feira], uma reunião com a Segurança Social, a Comissão de Protecção Civil e a Delegação de Saúde Pública para definir as regras e os mecanismos em que o rastreio será feito, de modo a que seja o mais generalizado possível para utentes e profissionais dos lares. Consideramos que, se não actuarmos atempadamente, a situação nos lares pode tornar-se uma bomba-relógio e é uma medida que vamos realizar a expensas do município”, afirmou, adiantado que se trata de um universo de “largas centenas de pessoas”.
O anúncio a medida aconteceu durante uma visita ao centro de rastreio para despistagem do Covid-19, situado no parque de estacionamento do Altice Forum Braga. Os testes realizam-se em modelo ‘drive thru”, ou seja, os cidadãos não necessitam de sair da sua viatura para efectuar o diagnóstico. A iniciativa envolve o município e a InvestBraga, em coordenação com a Administração de Saúde do Norte (ARSN) e com a Unilabs Portugal.
A colheita de amostras para rastreio da doença está já a ser efectuada e destina-se preferencialmente a cidadãos suspeitos de infecção e previamente referenciados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). O objectivo é testar doentes, complementando os serviços hospitalares existentes, em condições de conforto e segurança.
Rio explicou que este centro de rastreio está, “em primeira linha”, ao dispor do SNS, mas no caso de ter capacidade sobrante (cerca de 150 testes por dia) estende-se a outras instituições e permitir que possam realizar testes para os seus colaboradores.
“Estamos, desta forma, a reforçar a capacidade de resposta no nosso concelho. Sabemos que o número de casos irá crescer à medida que mais testes sejam realizados e queremos assegurar o isolamento imediato dessas pessoas”, disse.
Por seu turno, Luís Menezes, CEO da Unilabs, explicou que estes testes estão a ser efectuados seguindo “um modelo implementado com sucesso na Coreia do Sul e nos Estados Unidos e que é recomendado pela Universidade de Stanford”.
Os pacientes que se desloquem até ao ponto de recolha não entram em contacto directo com outros cidadãos, reduzindo, ainda, o risco de infecção aos profissionais envolvidos. Os resultados são depois enviados directamente para o paciente e para as autoridades de Saúde Pública num prazo de 24h a 72h.
Relembre-se que o centro de rastreio apenas funciona por marcação prévia e não permite a realização de testes casuais. Os cidadãos só podem deslocar-se para o local se tiverem marcação e devem fazê-lo à hora que lhes for comunicado. Desta forma são evitados os constrangimentos de tráfego ou aglomerados que podem colocar em causa o funcionamento e o atendimento atempado e eficiente dos suspeitos ou doentes.