O Brasil registou 496 mortes e 6.760 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, segundo informações divulgadas, este domingo, pelo Ministério da Saúde brasileiro.
Ao todo, o país tem 11.123 mortes e 162.699 casos confirmados da doença, dados que colocam a taxa de mortalidade da covid-19 no país em 6,8%.
O estado de São Paulo, com 45.444 casos confirmados e 3.709 mortes continua a ser o epicentro da doença. Em seguida aparece o estado do Rio de Janeiro, com 17.062 casos e 1.714 mortes.
Permanecem com menos casos e mortes registadas do novo coronavírus os estados do Mato Grosso do Sul (362 casos e 11 mortes) e Mato Grosso (519 casos confirmados 18 mortos).
No domingo, data em que se comemora o dia das mães no país, o ministro da Saúde brasileiro, Nelson Teich, divulgou uma mensagem lamentando o facto de o país ter ultrapassado 10 mil mortes provocadas pela doença no último sábado.
“Hoje, dia 10 de Maio, amanhecemos com uma enorme dualidade de sentimentos, que por um lado nos traz a alegria de um dia tão especial como o dia das mães e por outro a tristeza e sofrimento de ter atingido a terrível marca de mais de 10 mil mortes por covid-19 no Brasil”, escreveu o ministro brasileiro.
“E quero falar principalmente para aquelas mães que hoje choram a perda de seus filhos e para os filhos que hoje não podem comemorar o dia com suas mães. Para esses, deixo aqui meus sentimentos e meu compromisso de fazer o meu melhor para que vençamos rápido essa terrível guerra”, acrescentou.
VÍDEO ABRE POLÉMICA
Também no domingo, o secretário da Comunicação Social da Presidência da República (Secom) do Brasil defendeu-se de uma polémica iniciada por causa de um slogan usado num vídeo institucional do Governo, comparado a um lema nazi.
Em causa está um vídeo institucional para divulgar as principais acções adoptadas pelo Governo brasileiro no combate à crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, no qual se utiliza a frase “O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil”.
Para muitos críticos, a frase evoca a inscrição à entrada do campo de concentração de Auschwitz, “O trabalho liberta”.
Na rede social Twitter, o responsável da comunicação social da Presidência, Fabio Wajngartena, acusou os críticos de “analfabetismo funcional” e de fazerem uma interpretação equívoca para “associar o Governo ao nazismo”, acrescentando que ele próprio é judeu.
“Abomino esse tipo de ilação canalha, sobretudo nos tempos difíceis pelos quais estamos passando. Esquecem os ensinamentos judaicos recebidos por mim e por boa parte da minha equipa, e da tradição de trabalho do povo judeu de lutar pela sua liberdade económica”, escreveu Fabio Wajngarten na rede social.
O responsável da Secom defendeu ainda que a comparação banaliza a história, considerando que “acusar injustamente de nazi-fascismo tira o peso do termo”.
“Se todos são nazi-fascistas, ninguém é, o que muito interessa aos criminosos, que passam a ser vistos como pessoas comuns”, afirmou.
“É a isso que se prestam alguns políticos e veículos dos ‘media’ na busca por holofotes a qualquer preço”, acusou.
O vídeo, que foi partilhado nas redes sociais pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, começa com a frase “parte da imprensa insiste em virar as costas aos factos, ao Brasil e aos brasileiros”, mostrando vários títulos publicados na imprensa brasileira sobre a gestão do Governo de Bolsonaro desde o início da pandemia, para depois enumerar algumas das acções do Executivo no combate à pandemia da covid-19.
Esta não é a primeira vez que membros do Governo brasileiro são acusados de usar referências nazis.
Em Janeiro, o então secretário de Cultura, Roberto Alvim, foi exonerado por Bolsonaro, depois de ter feito um discurso em que citava Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazi.
Na altura, o ex-secretário defendeu que se tratava de uma “coincidência retórica” entre os discursos.
Mais recentemente, há algumas semanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Ernesto Araújo, foi instado a pedir desculpas à comunidade judaica no país por ter comparado as medidas de distanciamento social impostas pelos governadores brasileiros para combater a covid-19 com os campos de concentração nazis.
Vídeo em