Conselheiros do Presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, a residência oficial da Presidência da República brasileira, trabalham com a possibilidade de uma nova troca no Ministério da Saúde. As últimas horas de segunda-feira foram de bombardeio do actual ministro, Nelson Teich, nas redes sociais e fora.
Também esta segunda-feira, o Presidente brasileiro incluiu os ginásios e academias desportivas “de todas as modalidades”, salões de beleza e barbearias na lista de serviços considerados essenciais para funcionarem no Brasil durante a pandemia de covid-19
Antes da publicação oficial do decreto, Bolsonaro, um forte crítico das medidas de isolamento social para travar a pandemia, adiantou à imprensa que iria incluir essas categorias, justificando que está em causa mais de “um milhão de empregos”.
Bolsonaro ampliou assim um decreto editado na semana passada, que já incluía construção civil e actividades industriais como actividades essenciais.
No decreto publicado em Diário Oficial da União, Jair Bolsonaro indicou que essas actividades podem funcionar durante a pandemia se forem obedecidas as determinações do Ministério da Saúde. Contudo, o ministro da Saúde do Brasil, Nelson Teich, declarou à imprensa não ter conhecimento da norma decretada pelo chefe de Estado.
“Se for criado um fluxo que impeça que as pessoas se contaminem, se criarem condições e pré-requisitos, você pode trabalhar (…). Agora, tratar isso como essencial, é um passo inicial, que foi decisão do Presidente. Não passou pelo Ministério da Saúde. Não é uma decisão nossa. É atribuição do Presidente”, afirmou Teich em conferência de imprensa.
O Presidente ampliou assim um decreto editado na semana passada, que já incluía construção civil e actividades industriais como actividades essenciais.
Antes da publicação oficial do decreto, Bolsonaro, um forte crítico das medidas de isolamento social para travar a pandemia, adiantou à imprensa que iria incluir essas categorias, justificando que está em causa mais de “um milhão de empregos”.
MINISTRO DESAUTORIZADO
A decisão de Bolsonaro em classificar academias e salões como actividades essenciais, sem consultar Teich, o que aumenta o número de pessoas nas ruas, foi vista como uma desautorização do ministro, na avaliação de interlocutores do Planalto. Durante conferência de imprensa, de segunda-feira, Teich reconheceu que não foi consultado pelo presidente.
Para substituí-lo, novamente o nome do deputado federal Osmar Terra, que é médico, é apontado por assessores do presidente.
Contra o actual ministro, que também é médico, a hashtag ‘teichliberaacloroquina’ foi uma das mais comentadas do dia. No Ministério da Saúde, no entanto, a avaliação é de que não há mais nada a ser feito sobre o assunto.
“(A cloroquina) não vai ser a bala de prata que as pessoas pensavam ser. Estudos mostram isso. Tudo o que dava para fazer já foi feito”, afirmou à coluna um interlocutor da Saúde que ressalta não existir protocolo de uso, mas uma nota informativa do ministério. Isso permite a utilização do medicamento, desde que prescrito pelo médico e com consentimento do paciente. Ou seja, há permissão mas não há expressamente uma recomendação de uso.
Além da desconfiança de Teich sobre a cloroquina, uma publicação do ministro pelo Dia das Mães também irritou quem segue o perfil do presidente Jair Bolsonaro. Um monitoramento de redes feito pelo Planalto, de acordo com assessor no palácio, mostra que o ministro dividiu opiniões após fazer uma publicação sobre o número de mortes pelo coronavírus, no domingo, que dizia: “Quero falar principalmente para aquelas mães que hoje choram a perda de seus filhos e para os filhos que hoje não podem comemorar o dia com suas mães. Para esses, deixo aqui meus sentimentos e meu compromisso de fazer o meu melhor para que vençamos rápido essa terrível guerra”.
O Brasil totalizava, às 16h30 desta terça-feira 11.701 mortos e 170.021 casos de infecção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de incidência da covid-19 no país é de 80,1 casos por cada 100 mil habitantes, sendo que a taxa de letalidade da doença está fixada em 6,8%.
Redacção cOm CNN Brasil e TSF