Catarina Martins defendeu, esta sexta-feira, que “é preciso uma resposta urgente” para os muitos milhares de famílias que por causa da pandemia da covid-19 ficaram em situação de pobreza e considerou que o orçamento suplementar constitui uma oportunidade para que haja medidas concretas para estes casos.
No final de uma vista à escola básica dos Lóios, em Lisboa, onde estão a ser servidas diariamente refeições a famílias afectadas pela crise, a coordenadora do Bloco de Esquerda deixou um apelo em jeito de recado ao executivo socialista.
“O governo anunciou um aumento do fundo que faz o apoio, mas anunciou um aumento de apenas 40% das refeições e isso não chega. Só em Lisboa de responsabilidade da autarquia passaram de 300 para 15 mil refeições. Isto não é um pequeno aumento, é mesmo preciso compreender a emergência social e ter um grande aumento da resposta”, afirmou Catarina Martins, considerando que “o orçamento suplementar deve dar essa resposta”.
Referindo os dados conhecidos esta sexta-feira, a porta-voz do Bloco assegurou que “11% das famílias ficaram na pobreza, na pobreza severa”, insistindo também na necessidade de o país encontrar respostas para o emprego.
“Não podemos esperar que passe o vírus para começarmos a ter políticas de emprego, de reconversão da nossa economia, porque isso vai demorar”, disse, acrescentando que, também neste caso, o orçamento suplementar pode dar resposta.
“Esta é uma crise profunda, que afecta todos os sectores”, afirmou a bloquista, lembrando que muitas pessoas ficaram “de um momento para o outro sem nada”.
Questionada pelos jornalistas sobre se também o Bloco de Esquerda precisará de “nervos de aço” – como defendeu António Costa na reunião do Partido Socialista esta quinta-feira à noite – para negociar com o governo, Catarina Martins garantiu que que isso não tem faltado ao partido.
“Quem nos conhece sabe que os momentos mais difíceis nunca nos faltaram nervos de aço, mesmo nas negociações mais complicadas”, asseverou, adiantando que o partido vai levar propostas concretas para a reunião de segunda-feira com o governo para preparar o orçamento suplementar.
Redacção com TSF