O Presidente da República reconheceu esta quinta-feira, após mais uma reunião, a sétima, com especialistas no Infarmed, que a situação de Lisboa e Vale do Tejo merece “especial atenção e preocupação”, requerendo-se do governo e das autoridades sanitárias “medidas de ajustamento”.
Contudo, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, “não se pode falar em descontrolo”, pelo que as medidas não terão de ser de “inflexão” em relação ao desconfinamento que começou a entrar em vigor no dia 4 deste mês.
“O que se passa hoje na região de Lisboa e Vale do Tejo deve ser ponderado e vai ser ponderado nas decisões do Governo nos próximos dias e próximas semanas, nomeadamente as que têm a ver com 1 de Junho e depois, certamente”, disse.
Quanto ao resto do país, o Presidente assegurou que “a fotografia é favorável”, com uma taxa de infecção média inferior a 1 (ou seja: cada infectado contagia menos de uma pessoa). Na região de Lisboa e Vale do Tejo esse ‘R’ será porém ligeiramente superior a 1 (1,01). Segundo Marcelo.
Na sexta-feira o Conselho de Ministros reunirá para aprovar medidas para a terceira fase do desconfinamento (que se inicia segunda-feira e irá durar, como habitualmente, duas semanas).
Ricardo Batista Leite, deputado do PSD que também participou na reunião, disse depois aos jornalistas, tal como Marcelo já tinha dito, que o Governo prometeu “ponderar” a possibilidade de a terceira fase do desconfinamento não avançar segunda-feira na região de Lisboa como no resto do país.
Dito de outra forma: por exemplo os centros comerciais na região de Lisboa não reabrirem como irão reabrir no resto do país.
MÉDICOS A ‘FLIPAR’
Ricardo Batista Leite informaria ainda os jornalistas sobre uma informação avançada na reunião: a da acumulação de sinais de extrema fatiga no pessoal médico (“foi mesmo usada a palavra ‘flipar’”), pelo que aconselhou o Governo a ter muito “cuidado” com isso.
Antes do deputado do PSD, um dirigente do PS também participante na reunião, José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto dos socialistas, afirmava a “confiança” que os dados providenciavam quanto à possibilidade de se passar para a terceira fase. E essa terceira fase, explicou, implicará reabertura de grandes espaços comerciais, regresso do futebol e regresso das missas.
Redacção com DN