Problemas informáticos impedem a revelações de dados diários, segundo a ministra da Saúde Marta Temido. O boletim sairá ainda nesta tarde de sábado, altura em que as autoridades de Saúde voltam a estar disponíveis para perguntas sobre os dados.
“Houve um atraso no acesso dos técnicos da DGS aos dados que permitem a construção do boletim diário”, disse a ministra, explicando que conseguiram “recuperar os acessos durante a manhã [deste sábado] mas a geração do boletim à hora habitual ficou irremediavelmente comprometida”.
Apesar dos casos de covid-19 continuarem a aumentar na região de Lisboa e Vale do Tejo, a ministra da saúde diz que “neste momento não está em cima da mesa” tomar medidas mais apertadas.
“Estes surtos não estão relacionados com o desconfinamento, estão relacionados com actividades que sempre se realizaram, com pessoas que sempre estiveram a trabalhar e, portanto, com circunstâncias específicas desta região. Pode haver um atraso na incidência em Lisboa e Vale do Tejo e uma maior testagem deliberadamente”, disse.
Como as autoridades alargaram o número de testes na região da capital é natural que os casos aumentem, assim como os assintomáticos, segundo a ministra.
“A percentagem de assintomáticos é de 30% e uma percentagem de 40% na faixa etária entre os 20 e os 49 anos. São faixas etárias, concentradas em determinadas áreas de actividade, que sugerem uma saúde pública específica e de precisão”, afirmou.
Entretanto, o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte decidiu suspender a actividade não urgente, adiando cirurgia. “A suspensão acontecerá enquanto se mantiver a situação epidemiológica que justifica algum estado de alerta”, explicou a ministra, lembrando que aconteceu o mesmo na região norte do país.
“Temos a expectativa de que também aqui em Lisboa e Vale do Tejo nas próximas semanas seja possível regressar àquilo que é o patamar de resposta com que estamos no resto do país e retomar a recalendarização da actividade que está suspensa”, disse Marta Temido.
“Todos compreenderão certamente que face a um contexto em que ainda estamos a constatar um aumento discreto daquilo que é a procura de cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares, temos de garantir a prontidão para o caso de termos uma situação imprevista. E temos de garantir que as equipas de saúde estão disponíveis para apoiar este esforço maciço de supressão da doença nesta área”, defendeu a governante.
O governo suspendeu novamente a actividade não urgente nos hospitais de Lisboa, Amadora, Sintra, Loures e Odivelas, devido à concentração de casos de covid-19, disse à agência Lusa fonte do Ministério da Saúde.
“As orientações foram já enviadas para os hospitais e a decisão será publicada em Diário da República esta semana”, acrescentou a mesma fonte, referindo que sempre esteve em cima da mesa uma avaliação da situação de acordo com a evolução do vírus a nível nacional e regional, na retoma dos serviços.