As termas da vila do Gerês reabrem os balneários até 10 de Julho. Mas a empresa Águas do Gerês já pôs o hotel a funcionar, enquanto que as piscinas exteriores abrem este fim-de-semana, e o spa, na próxima.
A informação foi dada a O Amarense/PressMinho pela sua gestora Rosário Van Zeller: “temos de ser rigorosos na implementação das medidas que foram impostas ao sector pela Direcção-Geral de Saúde [DGS]. E queremos que os utentes regressem, mas com toda a confiança”, explicou, frisando que as termas são, em termos legais, uma unidade de saúde.
Vincando que seria fácil “abrir de qualquer maneira”, a empresária lembra que as Termas têm uma tradição de décadas que se prende com a qualidade dos serviços que prestam: “ainda não temos um dia exacto para abrir. Fá-lo-emos quando tudo estiver pronto”, acentuou.
“Para poder funcionar – além de várias medidas práticas que garantam a segurança de utentes, as Termas têm de dar formação adequada aos funcionários, e fazer exames laboratoriais que assegurem a qualidade microbiológica das águas”, sublinhou, explicando que o plano de contingência tem de ser enviado e aprovado pela DGS.
UTENTE LAMENTA
Esta quinta-feira, e em e-mail enviado para o Amarense, uma cidadã lamentou que as Termas ainda não tenham recomeçado: “Fui informada que não marcavam consultas, apesar das orientações dadas pela concessionária, serem no sentido de que, a previsão para a abertura das termas, seria no próximo dia 1 de Julho”, escreve Clara Silva, que se diz interessada em fazer tratamento nas Termas.
A cidadã tece várias críticas à gestão da Empresa das Águas Termais, dizendo não compreender porquê não abre, já que a DGS autorizou o funcionamento a partir de 15 de Junho.
Em resposta, Rosário Van Zeller diz aceitar os reparos, mas insiste em que, “só é possível reabrir com todas as regras sanitárias a funcionar”.
ECONOMIA LOCAL RESSENTE-SE
Conforme o Amarense noticiou, a actividade económica da vila do Gerês só retoma na totalidade quando as termas abrirem.
A afirmação é do presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, para quem os habitantes daquela localidade “desesperam pelo facto de o Governo nada dizer” sobre a data da reabertura.
O autarca quer, também, que as autoridades governamentais abram, o mais depressa possível, a fronteira da Portela do Homem e o próprio Parque Nacional da Peneda-Gerês: “já me reuni com a gestora do Norte do ICNF Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e está marcada nova reunião com este organismo e com a GNR para determinar o que fazer, por exemplo, para abrir a estrada da Mata de Albergaria, com acessos controlados”, adiantou a O Amarense.
Sobre a relevância das termas para a vila do Gerês e seu entorno, o autarca salienta que, a partir do começo de Abril/Maio, com o arranque em pleno das termas, havia centenas de trabalhadores que eram contratados para a hotelaria, a restauração e o comércio e que, assim, permanecem em casa à espera que haja uma decisão, mas sem rendimento, pois não têm subsídio de desemprego ou apoio de lay-off.
O Gerês – acentua – tem vários hotéis que vivem, em parte, da actividade termal, já que há pessoas que ali vão a águas – o que já acontece desde o tempo dos romanos, há dois mil anos – por períodos longos e que neles se hospedam. Tem, ainda, dezenas de pensões e casas de alojamento, rural ou local, que também beneficiam da estância termal, e que, agora, estão quase vazias. E há uma transportadora, a Hoteleira do Gerês que também é prejudicada.
Luís Moreira (CP 8078)