Os trabalhadores da Auto Viação Cura, de Viana do Castelo, exigiram esta sexta-feira o pagamento integral dos salários de Março, Maio e Junho e estão dispostos a concentrarem-se à porta da empresa até receberem uma garantia da administração.
“A empresa pagou metade do salário de Março. A partir de Abril entrou em lay-off e pagou a todos os trabalhadores. Em Maio, continuou em lay-off mas metade dos trabalhadores não receberam nem os 70% assegurados pela Segurança Social, nem o restante pago pela empresa. Sabemos que a empresa já recebeu a comparticipação da Segurança Social relativa ao mês de Junho, mas ainda não pagou a nada a nenhum trabalhador”, explicou esta sexta-feira à agência Lusa o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva.
O dirigente sindical avançou que “os trabalhadores vão reunir-se em plenário, na segunda-feira e que, na terça-feira, irão concentrar-se em frente aos escritórios da empresa para exigir uma garantia de pagamento dos ordenados”.
José Manuel Silva adiantou que esta sexta-feira “foi enviado um ofício para à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) a denunciar a situação”.
“Os trabalhadores estão dispostos a ficar em frente à empresa e não vão arredar pé até terem garantia de que vão receber os salários. Se a empresa alegar que não tem dinheiro, que é o costume, pelo menos que pague aos trabalhadores a parte que já recebeu da Segurança Social”, defendeu José Manuel Silva.
Segundo o coordenador do STRUN, “a empresa emprega cerca de 30 trabalhadores, sendo que apenas entre cinco a seis trabalhadores não estão em regime de lay-off”.
Contactado pela Lusa, o porta-voz daquela empresa de transporte público, Rui Matos, explicou que “os meses de Março, Abril e Maio estão totalmente liquidados”.
O responsável admitiu “que o mês de Junho está por liquidar, que a empresa já recebeu os 70% de comparticipação da Segurança Social, mas que tem um acordo com a comissão de trabalhadores para que os salários possam ser pagos até ao dia 15 do mês seguinte, o que faz ainda mais sentido nesta fase de pandemia de covid-19 que estamos a viver em que não temos trabalho”.
“Os salários não são só a comparticipação da Segurança Social. Não percebo tanto barulho, nem sabia deste plenário porque há um acordo com a comissão de trabalhadores que os salários podem ser pagos até ao dia 15 do mês a seguir. Hoje [sexta-feira] ainda é dia 10 e, de facto, o que está em atraso é o mês de Junho”, especificou Rui Matos.
Foto André Costa