A directora-geral da Saúde justificou esta sexta-feira a data apontada para o regresso à situação de contingência em Portugal continental com o início do ano lectivo, que vai gerar “um movimento social em massa”.
O Governo anunciou na quinta-feira que durante a próxima quinzena a generalidade de Portugal continental continuará em alerta e a Área Metropolitana de Lisboa em contingência, passando todo o continente à situação de contingência em 15 de Setembro.Questionada sobre os critérios para a escolha desta data, Graça Freitas referiu o início do próximo ano lectivo, que arranca entre 14 e 17 de Setembro com a retoma das actividades presenciais.
“O que vai acontecer no dia 14 [de Setembro] são milhões de pessoas que retomam a sua actividade lectiva, isto vai gerar um movimento populacional bastante intenso”, afirmou durante a habitual conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica em Portugal.
Segundo a directora-geral, a reabertura das escolas vai juntar muitas pessoas e, partindo do “princípio da precaução”, é necessário acautelar aquilo que será “um movimento social em massa” com o reforço das regras.
“São os alunos, os professores, os funcionários, mas também quem cuida destas crianças e destes jovens e os vai deixar à escola”, acrescentou.
Na quinta-feira, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse que a decisão se prende também com a necessidade de preparar o Outono e o Inverno, antecipando que na semana que se inicia em 7 de Setembro serão anunciadas as medidas que passarão a estar em vigor a partir da última quinzena desse mês.
Ainda sobre o regresso às aulas, Graça Freitas recordou que as orientações do Ministério da Educação foram definidas, em colaboração com a DGS, e são conhecidas, mas admitiu que alguns estabelecimentos de ensino possam ter mais facilidade do que outros em aplicá-las.
“É normal que aquelas regras gerais que poderão ser aplicadas em condições ideais possam ter que ser revisitadas para encontrar soluções alternativas para eventuais problemas. Uma coisa são as orientações, outra é a capacidade de operacionalizar essas orientações”, reconheceu.
No entanto, acrescentou, os Ministérios da Educação e da Saúde estarão disponíveis para apoiar as escolas naquilo que possa vir a ser a necessidade de implementar soluções alternativas, por exemplo, para o caso de alunos e professores pertencentes a grupos de risco.
Graça Freitas considerou ainda que, provavelmente, a operacionalização das orientações da tutela terá de ser revisitada e adaptada ao longo do ano lectivo, explicando que “há coisas que só se podem verificar quando são implementadas”.
Redacção com DN