A ponte internacional de Vila Nova de Cerveira-Tomiño foi o ponto de encontro de cerca para 250 manifestantes portugueses e galegos que, este sábado de manhã, protestaram contra a exploração de lítio na Serra d’Arga.
Ao som de concertina e gaita de foles, os manifestantes, pertencentes a associações ambientalistas e movimentos anti-lítio e acompanhados por representantes dos municípios de Cerveira e Tomiño, assinalaram que a luta “é para continuar e não conhece fronteiras”.
“É uma obrigação ética, defender a natureza, o meio ambiente e o território que nos rodeia, para além de qualquer fronteira que neste caos é o rio Minho”, justificou, ao JN, Simom Uveira, da associação galega Fuscalho, que se juntou ao grupo de “cerca de 150 manifestantes” oriundos da Galiza.
“Nos últimos 20 anos, fomos invadidos de projectos de exploração mineira e de extracção de todo o tipo de minérios, que, graças à mobilização popular, a maioria deles acabou por recuar”, acrescentou o activista,
Ainda ao JN, Carlos Seixas, do Movimento SOS Serra d’Arga, elogiou “o momento absolutamente maravilhoso” vivido este sábado a meio da ponte sobre o rio Minho
“É o simbolismo da união de dois povos que partilham um património e um território, que têm em comum um rio importantíssimo para toda a região”, comentou, acrescentando que, “com esta parceria de população e autarquias, tanto de um lado como do outro”, as suas vozes têm de ser ouvidas.
Refira-se que as autarquias abrangidas pela Serra d’Arga (Viana do Castelo, Ponte de Lima, Caminha e Vila Nova de Cerveira) estão em processo de aprovação em sede do executivo e das assembleias municipais, de propostas de criação de uma Área de Paisagem Protegida Regional.
Como o PressMinho noticiou esta sexta-feira, a Câmara de Viana aprovou a sua proposta por unanimidade. Na segunda-feira, é a vez de Caminha seguir o exemplo de Ponte de Lima, que já a aprovou. Falta ainda Vila Nova de Cerveira.