Com 20 doentes internados com covid-19, um deles nos cuidados intensivos, o Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, já está a “sentir a pressão” resultante do aumento de casos de infecção, reconhece Hélder Trigo.
Em declarações ao Grupo Santiago, esta sexta-feira, o director clínico daquela unidade de saúde assegura, no entanto, que “a situação do hospital está perfeitamente controlada”.
“O hospital está pronto para responder tanto aos doentes Covid-19 positivos, como aquelas pessoas que têm outras patologias e que nos procuram e têm necessidade de nós. A situação está controlada, mas estamos preocupados com o aumento do número de casos”, acrescentou, não escondendo preocupação com a elevada procura que o serviço de urgência tem registado.
A afluência, afirma Hélder Trigo, “tem sido grande, com pessoas a procurar o serviço e que não deveriam recorrer ao hospital, mas sim dirigirem-se aos centros de saúde. “
Ao Grupo Santiago diz que “os centros de saúde estão a funcionar de forma condicionada, mas as pessoas que apresentam sintomas ligeiros devem dirigir-se aos centros de saúde que têm a possibilidade de fazer testes”.
“Se as pessoas não tiverem a necessidade de ficar internadas, como acontece com a maior parte das pessoas felizmente, podem ficar em suas casas e serem acompanhadas pelo seu médico de família, não devem ‘entupir’ os serviços de urgência, porque isso dificulta a nossa actividade para tratar daquelas pessoas que realmente necessitam de um serviço de urgência hospitalar”, aconselha Trigo, apelando ao cumprimento das recomendações de uso de máscara, distanciamento social e cumprir as regras de higienização das mãos e etiqueta respiratória.
Entre os profissionais de saúde, há também registo nos últimos dias de casos positivos de covid-19.
Contudo, o clínico não adianta quantos profissionais do HSOG estão infectados, indicando que o Hospital adoptou medidas “para evitar infecções”.
“Tem havido profissionais infectados, não há nenhum internado, mas tal como há na comunidade. O hospital tem mais de mil funcionários e como tal há profissionais infectados, o que nos causa constrangimentos porque ficamos privados dos serviços dos que ficam infectados e daqueles que trabalham com eles. Na gestão dos recursos humanos, isso é complicado”, sustenta, garantindo que não está comprometido atendimento à população.
“Estamos preocupados porque a qualquer momento as coisas podem ficar desequilibradas, mas a quantidade de doentes que temos e a organização dos serviços permite ter a situação controlada”, conclui Hélder Trigo, destacando o trabalho que o hospital faz, nomeadamente na recuperação das listas de espera, dando como exemplo, a área de cirurgia.
Recorde-se que Guimarães é, a par de Gaia e da região de Lisboa e Vale do Tejo, a que mais preocupa a DGS. Na passada segunda-feira, o mapa semanal de evolução de casos por concelho, indicava mais 98 novos doentes, somando 1.031 desde o início da pandemia, em Março.
Foto Maisguimarães