O presidente do Sindicato dos Inspectores do Trabalho denunciou esta sexta-feira que os funcionários da delegação de Guimarães da ACT “pagaram do seu bolso” os testes ao covid-19, que fizeram depois de terem contactado com uma colega infectada.
“A direcção da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] diz que seis funcionários já fizeram os testes e é verdade. Mas esqueceu-se de dizer que os pagaram do seu bolso. As funcionárias estavam naturalmente preocupadas e foram por iniciativa própria fazer os testes, porque a ACT não quis saber”, referiu Carla Cardoso.
Acrescentou que só na noite de quarta-feira é que os funcionários foram contactados pela autoridade de saúde para fazerem os testes.
Uma trabalhadora da delegação de Guimarães da ACT testou positivo para o covid-19 e outros 10 foram colocados em isolamento profiláctico.
Na quinta-feira, à Lusa, a ACT disse que já foram realizados testes a seis dos 10 trabalhadores e que foi efectuada uma desinfecção das instalações, mobiliário e equipamentos.
Carla Cardoso disse que as instalações sofreram uma desinfecção “caseirinha”, feita pelas empregadas da limpeza.
Acrescentou que a ACT não disponibiliza máscaras para o serviço no interior das instalações.
“Andamos nós a fiscalizar se as empresas disponibilizam ou não equipamentos de protecção individual aos seus trabalhadores e dentro da nossa casa é isto”, acrescentou a sindicalista.
A Lusa tentou ouvir esta sexta-feira a ACT, mas ainda não foi possível.
Na quinta-feira, a ACT explicou que tomou conhecimento, no passado dia 15, de que uma trabalhadora afecta ao Centro Local do Ave (Guimarães) tinha estado em contacto próximo com uma pessoa infectada com covid-19.
Assegurou que foram accionadas “de imediato” todas as medidas previstas no seu plano de contingência, designadamente a permanência da funcionária em causa no seu domicílio e o rastreio dos contactos próximos, contactando a Linha SNS24, como medida de prevenção.
No domingo, a ACT teve conhecimento de que a referida trabalhadora tinha testado positivo.
“Nesse mesmo dia, o director do Centro Local deu indicação a todos os trabalhadores afectos ao Centro Local do Ave para contactarem a Linha do Centro de Contacto SNS24. Dos contactos efectuados com as autoridades de saúde resultou o isolamento profiláctico de 10 trabalhadores”, referiu ainda a ACT.
Acrescentou que já tinham sido “realizados testes” a seis dos 10 funcionários, com resultado negativo.
A ACT garante que o plano de contingência “foi e continuará a ser cumprido escrupulosamente”, nomeadamente no que respeita à disponibilização de equipamentos de protecção individual, como máscaras, luvas, viseiras e solução anti-séptica de base alcoólica.
Redacção com MadreMedia