O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou este domingo as medidas aprovadas pelo Governo no sábado como “desproporcionais, incongruentes e desadequadas”, defendendo que o caminho deveria ser o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Num comício em Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira, Jerónimo de Sousa referiu-se às medidas aprovadas no Conselho de Ministros extraordinário e que concretizam o decreto do estado de emergência que vigorará entre segunda-feira e o próximo dia 23.
“As medidas adoptadas pelo Governo na sequência da declaração do Estado de Emergência, aprovado esta sexta-feira na Assembleia da República, com o voto contra do PCP, afiguram-se não só desproporcionais, incongruentes e desadequadas como sobretudo não têm correspondência com as exigências colocadas no plano da saúde pública e da capacitação do SNS para enfrentar a epidemia de covid-19, e para criar condições de protecção sanitária para que a vida nacional prossiga”, defendeu.
Jerónimo de Sousa criticou que, a pretexto da subida de casos de covid-19, aumentem “as vozes dos que reclamam mais restrições às liberdades, mais cortes de direitos e mesmo medidas mais musculadas, trocando a pedagogia pela via repressiva no combate à pandemia”
“Aquilo de que o País necessita é de medidas que estimulem a protecção individual, promovam a pedagogia da protecção e assegurem condições de segurança sanitária para que a vida nacional possa prosseguir nas suas múltiplas dimensões”, defendeu.
No final, questionado pelos jornalistas se as medidas de liberdade de circulação não poderão condicionar ou impedir a reunião magna, Jerónimo de Sousa não queria responder a perguntas, mas acabou por reiterar a intenção dos comunistas.
“Só para a descansar, faremos o congresso do PCP. As liberdades nunca podem ser juguladas”, respondeu.
Redacção com MadreMedia