O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, questionou os especialistas do Infarmed sobre aquele que deverá ser o cenário pandémico em Portugal no Natal e Ano Novo esta quinta-feira. Em resposta à dúvida de Marcelo, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes apontou para um aumento de casos que se vai reflectir 15 dias depois do Natal e referiu que em Fevereiro ainda não haverão vacinas para todos os grupos prioritários.
Marcelo Rebelo de Sousa colocou dúvidas sobre a necessidade de consolidação das medidas em Dezembro, quais as regras de segurança a adoptar no Natal e Ano Novo, e qual a percentagem de imunização da população.
O epidemiologista Manuel Carmo Gomes revelou estar “optimista em relação ao fim do ano, portanto é evidente que depende do alívio das medidas ou não, é evidente que depende da adesão dos portugueses a essas medidas”.
“Está ao nosso alcance conseguir uma redução muito significativa do número de casos, não é nada que nós não consigamos fazer, uma redução na zona dos menos 2% a 2,5% por dia”, afirma.
“Vão haver agregados familiares que se vão encontrar uns com os outros. inevitavelmente espero que haja um aumento do número de contágios na altura das festas, naquela semana entre 23 e o fim do ano”, disse Manuel Carmo Gomes sublinhando que “isso depois reflecte-se passados 15 dias que já sabemos da incidência da doença”.
“Espero que haja recrudescimento no início de Janeiro, espero que não seja muito grande e que nos consigamos controlá-lo com o início da vacinação”, afirmou o epidemiologista referindo que no “fim de Março com pessoas imunizadas pela vacinação, penso que um número suficientemente grande para evitar já grandes aumentos que nos surpreendam na incidência”.
No entanto, em Fevereiro paira a incerteza e Manuel Carmo Gomes frisa que as vacinas “não serão suficientes para grupos prioritários, depois estas vão chegar em quantidades muito superiores; estou optimista em relação à segunda metade do ano em relação ao Verão, tenho esperança que quando esperarmos ao Verão já estejamos próximo do retomar da normalidade”.
Por sua vez, o epidemiologista Henrique de Barros destacou que a percentagem de imunização da população aponta para entre 10% a 20% mas estudos serológicos não vai alem de 4 ou 5% e grau de confiança dos portugueses na vacina.
Quanto à transmissão, o epidemiologista Baltazar Nunes enalteceu que “um dos factores que mais promove a transmissão é a presença de indivíduos infecciosos na população, ou seja, até lá [ao Natal] quanto mais conseguimos reduzir a prevalência ou incidência, mais probabilidade temos de que curva seja menor”.
Redacção com Jornal Económico