O investigador Óscar Felgueiras defendeu esta quinta-feira que “se tudo correr normalmente” com a vacinação contra a covid-19, no final de Março haverá uma imunização “suficientemente grande” na população para evitar “grandes aumentos de casos”.
No final da apresentação dos especialistas, Marcelo Rebelo de Sousa, enalteceu as exposições feitas pelos peritos, considerando que “foram excepcionalmente interessantes” e “muito instrutivas” e lançou várias questões aos investigadores, sendo a primeira “como veem o mês de Dezembro em relação ao início de 2021”.
“Das projecções parece poder depreender-se que apesar da evolução com sinais positivos há uma necessidade de consolidação, atendendo a que em termos de internamentos, em termos de internamentos de unidades cuidados intensivos ou se está ainda a atingir o pico ou não se atingiu o pico e não se sabe qual a evolução subsequente”, disse o chefe de Estado.
A segunda dúvida é “mais específica” e prende-se com o facto de no quadro das medidas a adoptar como é “que veem a questão, nomeadamente em períodos como o Natal e o fim do ano, da deslocação ou da mobilidade das pessoas” e qual o grau de relevância desta medida.
Óscar Felgueiras começou por dizer que está “optimista em relação ao fim do ano”, mas afirmou que isso depende do aliviar das medidas ou não e da adesão dos portugueses a essas medidas para travar os contágios.
No seu entender, as medidas “não devem ser aliviadas significativamente”, salientando que vai haver famílias que se vão reunir no Natal e como mostraram apresentações realizadas na reunião esse comportamento “aumenta a probabilidade de contágios”.
Sobre o impacto de restringir os movimentos em determinados concelhos, durante um período de tempo, em termos de número de casos e redução da incidência, disse ter dificuldades em responder.
“Não somos só nós em Portugal a ter dificuldade em fazer a ligação entre medidas particulares e depois como é que isso se reflecte na descida dos casos, mas é evidente que tudo o que contribua para diminuir o número de contactos e a probabilidade” de contágios contribui para conseguir manter o controle sobre a epidemia.