Os educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, que engloba tanto o ensino presencial como à distância, estão em greve nacional esta sexta-feira, convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof)
“Atendendo ao descontentamento do sector”, diz a Fenprof, é esperada uma adesão em consonância com a “grande insatisfação” que predomina entre os profissionais que esperam ver do Governo abertura suficiente para voltar as necessárias negociações.
Esta greve tem impacto nas escolas de norte a sul do país e algumas já estão a notificar os encarregados de educação de que, devido à greve, “poderá não ser possível garantir o normal funcionamento”. Ou seja, na ausência dos professores, as escolas, contando apenas com o pessoal não docente, não vão conseguir funcionar.
A decisão de seguir para a greve foi anunciada depois de uma delegação da Fenprof se ter dirigido à residência oficial do primeiro-ministro para “expor a situação que se vive na educação, formalizar a entrega de pré-aviso de greve, mas, também, fazer um último esforço destinado a abrir vias de diálogo”, no passado dia 27 de Novembro.
Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, o protesto estava inicialmente pensado para os dias 9, 10 e 11 de forma faseada por regiões do país.
Mas os professores acabaram por optar por um protesto de apenas um dia a nível nacional. No próximo dia 11, “todos os docentes, independentemente do serviço que lhes esteja atribuído, ser lectivo ou não lectivo e ocorra em regime presencial ou a distância”, podem aderir à greve, refere a federação em comunicado.
“O senhor ministro da Educação tomou posse há um ano e um mês e teve disponibilidade para reunir com as organizações sindicais de professores uma vez, a 22 de Janeiro, já lá vai quase um ano”, recordou o secretário-geral da Fenprof.
“Há problemas gravíssimos a afectar as escolas, que afectam professores, alunos e famílias e a incapacidade do Ministério da Educação é total e absoluta”, alertou Mário Nogueira, dando como exemplo a falta de docentes em algumas escolas.
O sindicalista acusou os responsáveis do Ministério de “incapacidade e incompetência” para dar resposta aos problemas das escolas.
Outro dos assuntos que tem preocupado a comunidade escolar é a pandemia de covid-19. Mário Nogueira voltou a questionar os números de casos em escolas apresentados pela Direcção-Geral da Saúde e a apelar ao Governo para que divulgue a lista.
“Temos cerca de mil escolas onde o vírus já passou e na sua esmagadora ainda está”, disse, lembrando que falta garantir o distanciamento entre alunos nas salas de aula, “falta vontade” de ter turmas mais pequenas, “falta pessoal para garantir a limpeza das salas de aulas, falta dar respostas adequadas aos alunos que estão em casa”.
A alteração dos requisitos da aposentação, a aprovação de um regime de pré-reforma a que os professores adiram, a eliminação de abusos e ilegalidades nos horários de trabalho, melhorar as condições de trabalho e recompor a carreira docente contando todo o tempo de serviço são algumas das exigências dos professores.