Ricardo Rio defendeu esta terça-feira a necessidade de “reverter de uma vez por todas” o atraso no lançamento das obras de modernização da ligação ferroviária entre o Porto e Vigo.
No final da reunião da Comissão Executiva, realizada no Porto, o presidente do Eixo Atlântico criticou o facto de investimentos como esta importância “estarem ainda por concretizar”, tanto do lado português como do lado galego.
“Desejamos que este atraso seja revertido e que haja iniciativas palpáveis por parte do Governo, até porque há verbas disponíveis do ponto de vista dos financiamentos comunitários, que foram cativadas atempadamente”, afirmou, sublinhando ainda a necessidade de se avançar com a ligação rodoviária Bragança-Puebla de Sanabria (Espanha).
O autarca bracarense lembrou que os investimentos na ligação ferroviária deveriam estar concluídos até 2017, caso os concursos tivessem sido lançados a tempo. Como nada disso aconteceu até à data, Ricardo Rio referiu que o projecto não poderá ser concretizado antes de 2019/2020.
A suspensão de ligações aéreas da TAP do Porto para a Europa foi outro dos assuntos abordados na reunião da Comissão Executiva do Eixo Atlântico, que vê com “apreensão este desinvestimento no aeroporto Francisco Sá Carneiro”. Ricardo Rio defendeu, por isso, a necessidade de encontrar operadores privados que queiram fazer as ligações directas ao Aeroporto Sá Carneiro para Barcelona, Milão, Roma e Bruxelas.
“Acto público após acto público, somos forçados a repetir os mesmos argumentos e as mesmas reivindicações, porque há muitos investimentos que de um lado e de outro da fronteira estão ainda por concretizar e que correspondem a aspirações de longa data, cruciais para o desenvolvimento da região”, afirmou Ricardo Rio.
Estas questões serão novamente abordadas na próxima Assembleia Geral do Eixo Atlântico, agendada para o próximo dia 16 de Fevereiro, em Santa Maria da Feira, que deverá contar com a presença do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.
A par de todas as iniciativas que estão a ser desenvolvidas no seio desta estrutura de cooperação transfronteiriça, Ricardo Rio destacou a “aposta muito sustentada” que o Eixo Atlântico está a encetar em matéria de agenda urbana. “Queremos que os nossos territórios sejam cada vez mais sustentáveis, inclusivos e competitivos e estamos com o apoio de vários peritos, de um lado e de outro da fronteira, a desenvolver um conjunto de iniciativas que visam estimular a partilha de boas práticas entre os municípios que compõem o Eixo”, afirmou Rio.