Os cinco arguidos do alegado caso de corrupção nos Transportes Urbanos de Braga (TUB) devem sair hoje do Tribunal com as medidas de coação de apresentações periódicas e, eventualmente, com prestação de caução pecuniária.
Os cinco arguidos -suspeitos de corrupção, participação económica em negócio e branqueamento de capitais – estão a ser ouvidos desde a manhã no Tribunal de Instrução Criminal de Braga.
Fontes ligadas ao processo garantiram ao PressMinho que não deverá ser decretada a prisão preventiva do ex-administrador dos TUB, Vítor Sousa, dado que não existe perigo de fuga ou de continuação da actividade criminosa.
De facto, o ex-autarca socialista viajou, nos últimos dois anos e por várias vezes, para Angola e para o Brasil, em serviço da empresa da área de seguros onde trabalha, e sempre regressou, o que mostra que não tem intenção de fugir. A isto acresce que nem ele, nem a ex-vogal Cândida Serapicos, trabalham na empresa, pelo que não pode continuar a exercer qualquer atividade ilícita.
Ao longo do caso, despoletado em 2012, com diversas buscas da PJ, quer Vítor quer Cândida, têm protestado completa inocência no caso, dizendo que a denúncia partiu do ex-dono da empresa Oficina Senhor dos Aflitos, Abílio Costa. Este, que se encontra a braços com uma doença prolongada, terá sido o intermediário de um alegado esquema de corrupção, ou seja, do pagamento pela MAN Portugal de luvas por cada autocarro comprado pelos TUB.
Um dos enigmas que hoje pode ser desvendado é o do valor exato das luvas: Abílio Costa falou em 500 mil euros, mas também em dois milhões, mas os cheques envolvidos irão até 428 mil.
O inquérito envolve, ainda o engenheiro Luís Vale (técnico superior dos TUB), e dois administradores da MAN Portugal, um deles de nacionalidade alemã.
Vítor de Sousa, que é defendido pelo jurista Artur Marques, é suspeito de ter recebido, entre 2000 e 2008, nove mil euros por autocarro comprado. Desconhece-se quantos autocarros terão sido adquiridos na sua gestão, mas terão sido 13, num total de 43. Já Cândida Serapicos, defendida por Marcelino Pires, receberia entre mil a 1250 euros. O processo tem, ainda, outro arguido, Abílio Costa, que não foi, ontem detido, por se encontrar doente e ter colaborado com a investigação.