As alterações climáticas vão provocar a subida do nível médio do mar, e o aumento dos incêndios o que provocará alterações no uso turístico nas áreas protegidas nortenhas, o Parque Nacional da Peneda-Gerês, e os parques naturais do Alvão e do Litoral Norte.
“Ainda não há um modelo que permita definir quais os impactos a médio prazo, mas pode-se prever que, por exemplo, os incêndios diminuirão o uso da floresta e a subida do mar condicionará as praias e as zonas costeiras”, disse ao PressMinho/O Vilaverdense, a investigadora da Universidade do Minho (UMinho), Rita Sousa.
Para estudar o fenómeno, a UMinho obteve financiamento europeu, do Norte 2020, de 545 mil euros para o projecto ClicTour (Alterações climáticas e resiliência do turismo nas áreas protegidas do Norte de Portugal), tendo constituído uma equipa científica multidisciplinar liderada pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) e pelo Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais (NIPE), ambos da UMinho. Tem a parceria do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e das três reservas naturais.
O concurso “reforça as capacidades regionais de investigação científica, do desenvolvimento tecnológico e da inovação, apoiando a acumulação de competências científicas relevantes em áreas fundamentais para a concretização da estratégia regional de especialização inteligente”.
A equipa realizou, há dias, o primeiro seminário do projecto, no concelho de Terras de Bouro.
RISCOS
Rita Sousa adianta que o ClicTour desenvolverá, em dois anos, um modelo de risco, e face aos resultados, criará estratégias de desenvolvimento do turismo de natureza, “tendo em atenção o seu valor económico dado que os parques vivem, em boa parte, do turismo”.
Serão baseadas em recursos bióticos (plantas, animais, etc), abióticos (Geopatrimónio) e turísticos e incluirão programas de sensibilização à conservação ambiental e de resiliência às mudanças climáticas, a aplicar nas áreas dos parques, para comunidades locais e visitantes.
O modelo será, ainda, suportado em ferramentas e tecnologias de informação geográfica, caso, por exemplo, da detecção precoce de fogos.
EQUIPA
Além de Rita Sousa, a equipa engloba os investigadores Luís Aguiar Conraria, Francisco Carballo Cruz, José Cadima Ribeiro, João Cerejeira, António Vieira, António Bento Gonçalves, Maria José Caldeira, Linda Veiga e Ana Melo.
ÁREAS CIENTÍFICAS
Envolve as áreas de Economia do ambiente; Modelação; Mitigação e adaptação às mudanças climáticas, Macroeconomia; Economia portuguesa; Economia regional; Impactos económicos; Internacionalização e turismo; Desenvolvimento regional; Turismo; Avaliação de políticas públicas; Economia urbana e regional; Escolhas públicas; Descentralização e federalismo orçamental; Riscos naturais; Geopatrimónio; Geoturismo; Geografia física; Incêndios florestais; Riscos naturais; Dinâmicas populacionais; Turismo, e Comunicação estratégica.
Impactes das mudanças climáticas para as áreas protegidas do norte de Portugal. Obs: extremos climáticos, subida do nível médio do mar, e incêndios florestais Estratégias de desenvolvimento do turismo de natureza. Baseadas em: recursos bióticos, abióticos (Geopatrimónio) e turísticos Suporte com ferramentas e tecnologias de informação geográfica.
Luís Moreira (CP 7839 A)