Nos primeiros seis meses de 2021, o número de empresas encerradas no distrito de Braga cresceu 37,9%, face ao mesmo período do ano passado. No total, fecharam 853 empresas contra 529 no 1º semestre de 2020, o que coloca o distrito no top 3 das insolvências, apenas abaixo de Lisboa (1.313) e do Porto (1.507).
Esta é uma das principais conclusões do estudo, que não inclui empresários em nome individual, realizado pela InfotrustGo, considerada uma das maiores fontes de informação empresarial e de risco em Portugal.
O estudo, divulgado esta quinta-feira, que teve como objectivo analisar o contexto empresarial do distrito de Braga no primeiro semestre dos últimos cinco anos (entre 2017 e 2021) concluiu que, apesar do agravamento face ao ano passado, explicado pelas consequências provocadas pela pandemia da covid-19, foi em 2018 que se registaram mais encerramentos no distrito de Braga (1008).
Em 2021, os concelhos mais afectados foram: Braga (com 245 encerramentos), Guimarães (165), Vila Nova de Famalicão (126) e Barcelos (105).
Em sentido inverso, os concelhos de Terras do Bouro, Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto e Amares contabilizaram menos encerramentos (4, 11 e 16, respectivamente).
Tanto na primeira metade deste ano como nos anos precedentes, os sectores de actividade que registaram o maior número de empresas extintas por decisão dos sócios foram os Serviços (183), as Indústrias Transformadoras (138), o Comércio a Retalho (136) e a Construção (123).
No primeiro semestre entre 2017 e 2021, o distrito de Braga foi o terceiro que registou o maior número de empresas que, por decisão do tribunal, ficaram incapazes de cumprir com as suas obrigações. Em cinco anos, registaram-se 729 insolvências em Braga.
O Top 3 é liderado pelo Porto (1.507), seguindo de Lisboa (1.313).
À semelhança do que se verificou em relação aos encerramentos, as insolvências atingiram os mesmos sectores de actividade. No entanto, foi no sector das Indústrias Transformadoras onde se declararam mais insolvências (318), contra apenas 67 no sector dos Serviços.
Este impacto negativo também se verifica em relação aos concelhos mais atingidos nos encerramentos, embora Guimarães ocupe a primeira posição com maior número de insolvências (172), seguida de Braga (169), de Vila Nova de Famalicão (102) e de Barcelos (91).
CRIAÇÃO DE EMPRESAS
Desde o início do ano, o número de novas empresas encolheu 19% no distrito de Braga, em relação ao período homólogo de 2019. Enquanto há dois anos foram registadas 1.980 novas empresas, nos primeiros seis meses de 2021 contabilizaram-se apenas 1.605. Todavia, se compararmos à realidade do ano passado, na primeira metade deste ano foram constituídas mais quatro empresas.
Apesar deste cenário de decréscimo do tecido empresarial no distrito de Braga, os concelhos que foram mais atingidos ao nível das insolvências e dos encerramentos, também foram os que registaram o maior número de novas constituições. O concelho de Braga contabilizou, só na primeira metade de 2021, 441 novas empresas, Guimarães 295, Vila Nova de Famalicão 237 e Barcelos 207.
Quanto aos sectores de actividade, os Serviços contabilizaram o maior número de novas empresas (341) no primeiro semestre do presente ano, seguido do sector da Construção (248), do Comércio a Retalho (234) e da Imobiliária (178).
O Observatório Infotrust analisa informação relativa a sociedades empresariais e outras entidades activas, com sede em Portugal, com as naturezas Jurídicas de Sociedades Anónimas, Sociedades por Quotas, Sociedades Unipessoais, Entidades Públicas, Associações, Cooperativas e outras Sociedades.
Não fazem parte desta análise os empresários em nome individual.
Todas as entidades foram actualizadas com o CAE (Classificação Actividade Económica) Rev3., tendo sido também classificadas através da localização da sua sede, representando os 22 Distritos de Portugal.
Os sectores de actividade são um agrupamento criado pela Infotrust, com base na Tabela de CAE.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)