Estudos recentes demonstraram que as pessoas vacinadas infectadas com a variante Delta transportam quantidades elevadas do vírus no nariz e na garganta, garante a directora do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Rochelle Walensky respondia assim às perguntas colocadas pelo The New York Times sobre o que está a levar o país a voltar a obrigar as pessoas a usarem máscara, mesmo estando vacinadas.
Estas conclusões contradizem aquilo que os cientistas observaram em pessoas vacinadas infectadas com variantes anteriores do vírus, que pareciam incapazes de infectar outras pessoas.
Esta conclusão traz um verdadeiro balde de água fria: pessoas infectadas com a variante Delta, mesmo estando vacinadas, podem ser tão contagiosas como as pessoas não vacinadas, mesmo que não tenham sintomas.
Isso significa que pessoas totalmente imunizadas que estejam crianças pequenas, pais idosos, ou amigos e familiares com sistemas imunitários debilitados devem manter as medidas de protecção. E, por isso, o uso de máscara passa a ser essencial não só para autoproteção como também para proteger terceiros.
O CDC ainda não publicou todos os dados, o que está a frustrar especialistas que querem entender os motivos pela mudança de estratégia norte-americana. Quatro cientistas familiarizados com a investigação garantem que os resultados são sólidos e que faz sentido a recomendação para que os vacinados usem máscaras novamente em espaços interiores.
O estudo sugere também que as pessoas vacinadas que estão expostas ao vírus devem ser testadas, mesmo que se sintam bem.
Os novos dados não significam que as vacinas sejam ineficazes. As vacinas previnem a maioria das doenças em estado grave e a morte e os vacinados infectados raramente precisam de tratamento hospitalar.
Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 97% das pessoas internadas com covid-19 não estão vacinadas.
Redacção com Multinews