A Câmara de Vila Nova de Famalicão aprovou um investimento de 54 milhões de euros, nos próximos oito anos, num projecto de transporte rodoviário de passageiros, desenhado conjuntamente com os municípios de Trofa e Santo Tirso, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a autarquia famalicense sublinha que se trata do “maior investimento público de sempre” no concelho, no que refere ao transporte público rodoviário.
A realização da despesa plurianual foi aprovada na última reunião do executivo, com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e os votos contra do PS, que criticou a apresentação da proposta “a vinte e poucos dias de eleições”.
Os socialistas sublinharam que o ‘timing’ foi a única razão para o voto contra.
Alegaram que se trata de um dossiê que vai “muito para além” do actual mandato, pelo que consideraram que este “não é o momento mais oportuno para uma decisão desta relevância”.
A proposta aprovada aponta para um investimento global, por parte da Câmara de Famalicão, de 54,2 milhões de euros, entre 2022 e 2029.
Para o presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, esta decisão materializa “uma melhoria indiscutível no uso, cobertura e eficiência” do transporte público rodoviário no concelho.
O número de quilómetros percorridos pelos autocarros em Famalicão subirá de 1,5 milhões por ano para cerca de 3,5 milhões.
“A nova rede estará ajustada às necessidades das pessoas e das empresas, para servir a comunidade e estimular o uso do transporte público”, acrescentou Paulo Cunha.
Em 2017, o município de Famalicão assinou um protocolo de colaboração com as autarquias de Trofa e Santo Tirso, para a realização de um estudo de planeamento sobre a mobilidade de passageiros na área territorial dos três concelhos.
O estudo culminou na criação, em 2019, da Associação de Municípios Mobi.Ave, com vista à gestão de uma rede de transportes entre os três municípios.
No total, os três municípios envolvidos investirão cerca de 80 milhões de euros, cabendo a Famalicão o maior esforço, pelo facto de o seu território abranger dois terços desta rede.
“Para além de querermos uma boa circulação rodoviária dentro do concelho, também queremos que as ligações aos concelhos vizinhos se façam de uma forma eficaz, com horários e fluxos que sejam os acertados”, disse ainda Paulo Cunha.
Reagindo à posição do PS, o autarca recusou uma “gestão de oportunidade” do dossier e lembrou que há prazos que, se não fossem cumpridos, inviabilizariam o projecto.
Segundo disse, o processo tem de estar fechado até 3 de Dezembro mas antes disso ainda tem de passar pela Assembleia Municipal e pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes. Paulo Cunha disse ainda que o projecto envolve três municípios, todos comprometidos com o mesmo ‘timing’, entre os quais um (Santo Tirso, no distrito do Porto) liderado pelo PS.