O movimento Braga para Todos considera as vias pop-up, recentemente criadas pela Câmara de Braga, “mais um exemplo de venda de ‘banha da cobra’ por parte Ricardo Rio, presidente da autarquia.
“A reiterada adopção, por parte do presente executivo municipal, de estratégias que os manuais das boas práticas não contemplam ou apontam como exemplos do que não se deve fazer para construir uma rede ciclável, é sintomática da sua incapacidade de lidar com a realidade do século XXI”, afirma Pedro Pinheiro Augusto, responsável do movimento cívico em nota ao PressMinho.
Para o responsável pintar bicicletas, sinais de limite 30, setas e riscas vermelhas nas ruas da cidade “é um insulto ao bom senso, ao código da estrada e aos utentes da bicicleta”.
“Ao bom senso, além de contrariar a ciência, porque os pavimentos requerem intervenção a muito breve prazo, que destruirá as pinturas, produto de quase duas centenas de milhar de euros do erário, que estão condenados ao entulho”, escreve.
E acrescenta: “ao código da estrada, porque pretende introduzir conceitos que não contempla, como as bicicletas pintadas no pavimento, junto dos sinais de limite 30, setas e linhas contínuas vermelhas. Que quererão dizer tais expressões de criatividade rodoviária? Será para informar os ciclistas que podem andar naquele troço de via pública? Será que as bicicletas têm um limite de 30km/h e são incentivadas pelas setinhas a prosseguir com afinco a marcha ao longo da linha vermelha? Fica à imaginação dos cidadãos”.
“GRANDE INSULTO”
Trata-se, sublinha Pedro Pinheiro Augusto, de “um grande insulto” aos utilizadores da bicicleta em Braga, “cidade desprovida de verdadeiras ciclovias, de acessibilidades, de medidas de acalmia de trânsito, de passadeiras”.
Pedro Pinheiro Augusto escreve ainda: “Os ciclistas (e os peões) põem em risco a vida cada vez que tentam contribuir para a luta às alterações climáticas, adoptar um estilo de vida mais urbano e saudável, fazer algum exercício, deslocar-se da forma que lhes é mais prática ou simplesmente por falta de opções”, diz, referindo que que “nenhuma destas pessoas, cidadãos, filhos, pais, seres humanos, mereceu suficiente consideração do Dr. Ricardo Rio para ver concretizadas medidas que lhes dêem mais garantias de chegar a casa ao fim do dia”.
Os projectos, em 2017, denominados de inserção da rede ciclável e dos transportes urbanos, “ficaram na gaveta por opção enquanto uma ciclovia que não serve quase ninguém foi reconstruída a um custo também ele insultuoso, dez vezes o seu preço original, com direito a abate fútil de árvores sãs e que muita falta fazem”.
“Tudo isto significa que a política de regeneração urbana do Dr. Ricardo Rio é insuficiente e insustentável, dado o custo de cada intervenção, face à quantidade cada vez maior de intervenções que são urgentes e imprescindíveis”, remata.