A edição de 2022 da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, que se realiza entre Julho e Dezembro, tem como tema ‘We must take action!/Devemos agir!’ num apelo à reflexão sobre as emergências globais lançado por Greta Thunberg. O certame tem prevista itinerâncias por Vigo e S. Paulo.
“O tema deste ano está relacionado com os problemas que estão a acontecer no mundo. A sustentabilidade ambiental, o Afeganistão e o problema das mulheres, a pandemia de covid-19 que nos atormenta. É um olhar do artista perante os factos que estão a ocorrer no mundo”, afirmou este sábado à agência Lusa o director artístico da Bienal Cabral Pinto.
O responsável, que falava à margem da apresentação da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, explicou que o tema se inspira no “repto” de jovem ambientalista Greta Thunberg.
“É algo que nunca fizemos. Somos mais tradicionalistas na escolha dos temas e este ano a ideia é completamente diferente. Queremos mesmo abordar as questões que são prioritárias para todos e, por isso, em 2022, será também uma bienal diferente”, afirmou Cabral Pinto.
Organizado pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), em 2022, o evento homenageia ainda Helena Almeida (1934-2018), “38 anos depois da participação da artista plástica na quarta edição da bienal, em 1984, na qual foi premiada pela obra ‘Saída Negra’.
“Escolhemos homenagear uma mulher, num enquadramento simbólico também relacionado com esta questão dos problemas que se vivem, actualmente, no Afeganistão e dos problemas a que as mulheres estão sujeitas”, destacou.
No ano em que a bienal mais antiga da Península Ibérica comemora 44 anos, o evento decorre entre 16 de Julho e 31 de Dezembro, com curadoria de Helena Mendes Pereira.
ITINERÂNCIAS
A bienal prolonga-se com a realização de itinerâncias nas cidades de Vigo, em Espanha e, São Paulo, no Brasil.
O programa provisório apresentado inclui o concurso internacional, projectos curatoriais, artistas convidados, representações de instituições de ensino superior e atividades complementares como ‘performances’, residências artísticas, ‘workshops’, ‘ateliers’ infantis, conferências e debates, visitas guiadas, entre outras iniciativas de educação e mediação cultural.
A XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira mantem o seu formato “híbrido”, conjugando exposições e eventos de fruição presencial, com atividades no meio digital, como as entrevistas com artistas, visitas guiadas, ‘performances’ e intervenções artísticas, entre outras acções.
A bienal tem o apoio da Direcção-Geral das Artes, no âmbito da candidatura ‘Fundação Bienal de Arte de Cerveira: a Arte Contemporânea integrada na sociedade e no mundo’ (2020 – 2021 – Apoio Sustentado – Artes Visuais), no valor global de 294.212 euros.
Na última edição, em 2020, foram apresentadas mais de 350 obras de cerca de 370 artistas de 38 países. Nesse ano, o evento contabilizou mais de 100 mil visitantes presenciais e virtuais. Daquele total, quase 30 mil passaram pelos espaços expositivos em Vila Nova de Cerveira.
Já no formato digital, através das redes sociais, a bienal contabilizou 70 mil visualizações e cerca de três mil participantes nas visitas virtuais.