Ricardo Rio, cabeça-de-lista da Juntos Por Braga assumiu a apreensão face à elevada taxa prevista de abstenção, confiante com o trabalho do executivo durante o último mandato e promete aos que ainda tem dúvidas em votar na sua candidatura um programa “ambicioso” por que “não ficarão defraudados”.
O social-democrata, que se recandidata a um terceiro e último mandato pela coligação PSD/CDS/PPM e Aliança, falava no debate entre os oito candidatos à Câmara Municipal. Em discussão lideraram temas relacionados com questões de habitação, de mobilidade e da aplicação das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no concelho.
ABSTENÇÃO MAIOR DE SEMPRE
Inevitavelmente, o debate arrancou com uma abordagem de cada candidato face aos resultados da sondagem tornada pública horas antes, cujos resultados divulgados pelo Instituto de Pesquisa de Opinião e Mercado Lda (IPOM), para a Rádio Universitária do Minho e o Diário do Minho, indicam uma maioria absoluta da coligação Juntos por Braga, a par de o pior resultado de sempre para o PS no concelho e ainda uma preocupante taxa de abstenção prevista, de 47,7% – a maior de sempre.
Face a este número, Ricardo Rio apelou à participação dos bracarenses no próximo acto eleitoral do dia 26 de Setembro.
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA
“Obviamente que esta sondagem me deixa particularmente apreensivo. Uma eleição que tenha um nível de abstenção próximo dos 50% é uma eleição que não a está a cumprir o seu exercício democrático”, afirmou, acrescentando a importância de não “dar nenhuma vitória por adquirida”.
Em relação ao trabalho concretizado pelo executivo ao longo dos últimos quatro anos, o autarca do PSD admite “falha na comunicação” adjacente às circunstâncias em torno dos problemas de descargas no rio Este, admitindo que a criação de um portal de transparência municipal – proposto pelo candidato do PAN, Rafael Pinto – poderia ter exposto aos cidadãos que “a Câmara Municipal tem contribuído para a melhoria das condições no rio”, assumindo como vontade futura uma interacção mais directa com a população.
PLANO DE RESILIÊNCIA
Relativamente às prioridades de apoio do PRR, um dos temas centrais no debate, Ricardo Rio garante que “Braga não recebeu nenhuma verba para nenhum dos projectos apresentados”, quer pelo município quer pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Cávado. A par disso, recordou, “há uma série de projectos indirectamente beneficiários” de verbas do PRR, nomeadamente no sector cultural.
O acordo estabelecido com o Ministério da Cultura, referiu, “permitirá a intervenção nos respectivos equipamentos.
Já na habitação acessível para jovens, Ricardo Rio assume também a aplicação de financiamento directo no projeto Fábrica Confiança, garantindo a possibilidade de candidatura de vários “projectos mobilizadores do desenvolvimento da inovação no concelho”, no âmbito da eficiência energética.
HABITAÇÃO
O actual presidente do município destaca como prioridades orçamentais a contínua redução anual de uma determinada percentagem do IRS e a canalização de recursos para apoio directo às famílias, através do RADA (“a duplicar no próximo mandato”) que “permitirá mais acessibilidade ao custo de habitação em situação de recursos económicos reduzidos”.
“Vamos continuar a ter uma política activa de responsabilidade social para várias franjas da população, desde os mais idosos aos mais jovens”, garante.
Ainda sobre a habitação, um dos temas centrais em debate, o candidato da Juntos por Braga assume o aumento dos custos de habitação nos últimos quatro anos, mas “ainda assim muito mais baratos do que qualquer outra cidade da mesma dimensão ou inferior”.
O aumento da oferta habitacional, através da promoção imobiliária em zonas de expansão do concelho, a extensão de áreas em zonas mais periféricas e o reforço dos apoios directos ao arrendamento são algumas das medidas que visam a resolução da problemática da habitação.
Salientou concretização de várias obras futuras com reflexos financeiros durante o próximo ano, como é o caso da rua Costa Gomes, do túnel da avenida e do Centro Cultural Dr. Francisco Sanches, entre várias iniciativas que “por todo o concelho vão reflectindo a capacidade de transformação” do município.
RESPOSTAS SOCIAIS
Num ano marcado pelas fragilidades inerentes à crise pandémica, Ricardo Rio relembra a impossibilidade de “municipalizar todas as respostas sociais”, advertindo para a importância de criar condições para que “as comunidades sejam responsáveis pelos mais desfavorecidos”, reforçando ainda apoio do município a vários projectos e causas sociais activos na comunidade.
Em debate, discutiram-se também as vantagens de associação do município, enquanto parceiro, com o tecido empresarial privado.
Para Ricardo Rio “as parcerias são absolutamente fundamentais na governação de uma cidade. Uma Câmara Municipal como a nossa adoptou essa visão colaborativa na construção de um modelo de gestão para o futuro. Um dos grandes legados desta governação é uma nova governança em que todos participam na formatação dos projectos municipais”.
Rio concluiu o debate como iniciou, com um apelo vincado à participação dos cidadãos no voto eleitoral. “Estou absolutamente tranquilo com o trabalho realizado pela coligação Juntos por Braga. Sei que os bracarenses confiam naquilo que foi feito e no que se pretende fazer ao longo dos próximos quatro anos e essa votação expressiva será meio caminho andado para mais uma vitória redundante da coligação”.
PROGRAMA “SÉRIO”
Rio promete para os próximos quatro anos “um programa muito ambicioso, mas ao mesmo tempo responsável, sério e sabendo que boa parte dos nossos compromissos não são promessas vãs”, afirmou Ricardo Rio durante o comício deste sábado, que juntou cerca de 2.000 pessoas na avenida Central.
“Nós temos consciência do muito que ainda está por fazer. Quando pedimos a todos os bracarenses que apoiem a coligação ‘Juntos Por Braga’, não queremos apenas um voto de reconhecimento”, disse.
“Nós sabemos que a esmagadora maioria dos bracarenses que apostaram na coligação ansiosos por uma mudança de paradigma perceberam a qualidade do trabalho e viram as suas ambições concretizadas”,
Falando para “aqueles que querem mais, aqueles que sentem que ainda há problemas por resolver, àqueles que esperam que a Câmara tenha uma atitude mais proactiva para apoiar a habitação, para corrigir os problemas de trânsito, para melhorar aquilo que são as respostas sociais no concelho, Ricardo Rio assegurou: “dêem-nos esse voto de confiança que daqui a quatro anos não ficarão defraudados”.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)