O activista Carlos Dobreira alerta nas redes sociais para a situação de um sem-abrigo que chocou um grupo de turistas que visitavam a cidade de Braga. Outro cidadão denúncia outro caso e apela à intervenção da Câmara e da Cruz Vermelha.
Nas redes sociais, Dobreira, professor e activista ambiental, escreve que ao final da tarde deste sábado, dia em que a cidade de Braga conheceu “uma afluência interessante de turistas, em particular do país vizinho”, deparou-se na praça do Município com excursionistas a fotografar a Fonte do Pelicano mas demonstrando um “incómodo visível”
“É que a poucos metros da fonte era possível observar um cidadão sem abrigo a dormir num dos bancos ali existentes”, escreve, acrescentando que “em pleno século XXI, o concelho de Braga continua a não conseguir resolver o problema das cidadãs e dos cidadãos sem abrigo”.
E remata: “os políticos locais e a sociedade bracarense em geral foram incapazes de gizar uma estratégia musculada de inclusão destes cidadãos numa região com poder económico e empregabilidade”.
Carlos Dobreira refere ainda que o caso foi dado ao a conhecer ao vereador socialista Hugo Pires e à Presidência da República.
Já José Carvalho, em mensagem ao PressMinho, sinaliza outro caso, agora, na tarde deste domingo junto ao Pingo Doce de S. Tecla, a uma centena de metros das instalações provisórias da delegação bracarense da Cruz Vermelha Portuguesa.
Aqui é um sem-abrigo, “aparentando ser jovem” que dorme por debaixo de uma varanda, sobre um colchão, junto dos “seus poucos haveres”.
“Há dois/três ano, a Agere e a Polícia Municipal foram à mesma varanda ‘limpar’ e desfazer um acampamento com vários sem-abrigo. Agora, um deles voltou”, conta.
José Carvalho recorda que na altura “alguém” colocou o grande pedregulho para evitar que a situação se repetisse. “O mesmo foi feito nos prédios ao lado”, diz. Na foto que envia, é visível a pedra em causa, “que parece ter sido removida para deixar espaço para montar o abrigo”.
Como Carlos Dobreira também José Carvalho, morador nas proximidades, quer ver “as autoridades resolver este problema que parece ter aumentado com o desconfinamento”. “Mas sem violência, mas com integração”, pede.
“Acho que os serviços sociais da Câmara, a junta de S. Víctor e a Cruz Vermelha podem fazer mais do que fazem”, conclui.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)
Fotos Carlos Dobreira e José Carvalho