Os partidos de Esquerda não querem eleições antecipadas e sugerem, como alternativa, a apresentação de uma nova proposta de Orçamento do Estado. De Évora, Jerónimo de Sousa considera que existem “soluções políticas no quadro da Constituição da República que não obrigam à realização precipitada de eleições”.
O Bloco de Esquerda também preferia um segundo OE 2022. O partido liderado por Catarina Martins aponta o dedo ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.
Já o PAN, que se absteve na votação, fala em precipitação por parte de Marcelo Rebelo de Sousa. Inês Sousa Real, líder do partido, pede outras alternativas.
Este sábado, durante a tarde, estão agendadas as reuniões entre o Chefe de Estado e os vários partidos políticos
O secretário-geral do PCP disse esta quinta-feira que se o Presidente da República decidir marcar eleições legislativas “sem necessidade” deve “assumir essa responsabilidade” e marcá-las “rapidamente”, porque “não seria compreensível” arrastar o processo para “favorecer estratégias estranhas”.
Num comício do PCP, em Évora, Jerónimo de Sousa afirmou que o partido não deseja eleições, “nem elas são inevitáveis”, porque “nada obriga a que da rejeição” do Orçamento do Estado (OE) para 2022 resulte a necessidade de dissolução da AR e de convocação de eleições.
Mas, “se entretanto”, Marcelo Rebelo de Sousa “mantiver a intenção de convocar eleições sem necessidade para o fazer, se decidir introduzir elementos de instabilidade, então tem de assumir essa responsabilidade e retirar daí também as inevitáveis consequências de forma clara e com brevidade”, defendeu, citado pela Lusa.
Jerónimo de Sousa frisou que “existem soluções políticas, no quadro da Constituição da República, que não obrigam à realização precipitada de eleições”, mas “se continuar a ser essa a posição do Presidente da República, que tanto as anunciou e promoveu, então que venham rapidamente”.
“Não seria compreensível que [Marcelo Rebelo de Sousa], depois de acenar com o fantasma da instabilidade e dos prejuízos para o país que significa não ter orçamento durante meses, agora quisesse arrastar o processo, para favorecer estratégias que são estranhas aos interesses do povo português”, sublinhou, numa eventual alusão às eleições directas para presidente da Comissão Política Nacional do PSD, marcadas para 4 de Dezembro.
BE E PAN
Também o Bloco de Esquerda também preferia um segundo OE 2022. O partido liderado por Catarina Martins aponta o dedo ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.
Já o PAN, que se absteve na votação, fala em precipitação por parte de Marcelo Rebelo de Sousa. Inês Sousa Real, líder do partido, pede outras alternativas.
Este sábado, durante a tarde, estão agendadas as reuniões entre o Chefe de Estado e os vários partidos políticos
As legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.