O movimento Braga para Todos apela à autarquia bracarense para colocar cabines com aparelhos de Desfibrilhação Automática Externa (DAE) no espaço público, nomeadamente em instalações municipais, e a criação de um programa “massivo” de formação da população no uso do equipamento de suporte básico de vida.
Em nota ao PressMinho, Elda Fernandes, dirigente do movimento, afirma que o apelo, endereçado também aos presidentes de Junta, visa ainda promover uma “reflexão conjunta” e “isenta de ideologia partidária” sobre a importância de um socorro eficaz, rápido e feito de forma correcta para vítimas de doença súbita cardíaca “provocada por arritmia cardíaca, designada por fibrilação ventricular, e de como se pode salvar vidas e minimizar efeitos colaterais quando o socorro é imediato”.
“Todos os dias, lamentavelmente lemos, ou sabemos (…) que alguém perdeu a vida, ou nunca mais terá a sua vida como era até então provocada por quadro de arritmia cardíaca; apesar de nem todos os casos serem possíveis de salvar sabe-se que e desfibrilhação eléctrica é capaz de reverter este quadro em tempo hábil, de maneira que não haja perda ou danos em funções cardíacas e cerebrais, mas para tal acontecer é imperativo a existência de equipamentos DAE e socorristas para atender a vítima antes da chegada do 112, que por norma chega, em muitos casos, tarde demais”, diz Elda Fernandes, lembrando que o uso daquele equipamento “não é uma novidade e já foi usado com sucesso”, mas “ainda é algo desconhecido e raro no país”.
O que o movimento pede, acrescenta a responsável, “não é algo inexistente”, e recorda o caso de Albufeira, “uma cidade muito menor que Braga, é o exemplo a mencionar (…) já que conta com 13 equipamentos situados em edifícios âncora, sejam eles institucionais, de lazer, ou ruas muito movimentadas, além de ter formado cerca de 170 socorristas de proximidade, que podem ser civis, polícias municipais, GNR, bombeiros que são chamados através de chamada automática quando alguém abre a cabine, neste caso a abertura da cabina é feita de forma remota pelos Bombeiros de Albufeira 24h por dia e todos os dias do ano”.
CIDADE ENVELHECIDA
O movimento cívico lembra ainda que Braga “recebe muitos turistas seniores e tem uma população envelhecida”
“Braga pela sua geografia, turismo e número populacional é ideal para a colocação destes equipamentos”, afirma Elda Fernandes, sugerindo a colocação dos primeiros DAE “no centro histórico, ao lado dos edifícios institucionais, e depois avaliar a colocação destes equipamentos próximos dos edifícios das juntas de freguesia”.
O Braga Para Todos defende uma “política da formação massiva e voluntária através de acordos com a Cruz Vermelha Portuguesa, demais instituições ou escolas de formação certificadas”.
“A Câmara de Braga tem capacidade financeira de implementar estas formações, tal como adquirir os equipamentos”, diz Elda Fernandes,
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)