O arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, saudou esta-sexta o seu sucessor, o bispo da diocese de Bragança-Miranda, José Cordeiro, considerando que a sua experiência pastoral e qualidades vão enriquecer a Igreja local que está motivada e empenhada.
“Pode contar com todos e cada um: sacerdotes, leigos, religiosos, religiosas, comunidades paroquiais, confrarias, movimentos. Queremos que sinta o nosso afecto, na certeza de que encontrará uma diocese motivada e empenhada para uma consciente sinodalidade”, escreve Jorge Ortiga, numa missiva de saudação ao futuro arcebispo de Braga.
O bispo da Diocese de Bragança-Miranda, José Cordeiro, é o novo arcebispo de Braga, sucedendo a Jorge Ortiga, que, aos 75 anos, como determina o Direito Canónico, pediu a resignação ao Papa Francisco, anunciou esta sexta-feira a Santa Sé.
Na mensagem, na qual dá a José Cordeiro as boas-vindas “a esta vetusta arquidiocese”, Jorge Ortiga refere que o seu sucessor chega a Braga “num momento de particular significado”, depois de o Papa Francisco ter convocado “a Igreja para uma reflexão sobre a sinodalidade enquanto caminho transformador de comunhão, participação e missão”.
“(…) Acolhemos a urgência do Papa Francisco de uma renovação eclesial inadiável”, destaca Jorge Ortiga, garantindo empenho neste projeto.
O ainda arcebispo de Braga salienta que “a caridade está no centro do Evangelho” e que não se deve aceitá-la como mero mandamento.
“É um dom que nos consciencializa de que, antes de tudo, somos amados por Deus e, como tal, acolhemos e praticamos a caridade que nos identifica com Cristo, sabendo que o rosto da nossa fé está no amor entre nós, de modo particular cuidando dos últimos e abandonados. Por tudo isto, temos consciência de que a Igreja será credível se souber viver em unidade e comunhão”, afirma, defendendo que uma Igreja sinodal deve ser “afectiva na fraternidade e efectiva nos ministérios”.
Jorge Ortiga adianta que “é esta Igreja, que procura crescer na sinodalidade quotidiana”, que é entregue a José Cordeiro.
Reconhecendo que a pandemia de covid-19 “veio dificultar o quotidiano da pastoral”, o arcebispo de Braga destaca que dela se retira “a lição de caminhar numa fidelidade a Cristo e à rica história da arquidiocese”.
“A experiência pastoral de D. José Cordeiro e a riqueza das suas qualidades enriquecerão a nossa Igreja local. Acreditamos na novidade que nos oferecerá. Conte com a generosa entrega das nossas capacidades. São estas intenções que colocamos nas suas mãos, D. José Cordeiro”, assinala.
Jorge Ortiga, de 77 anos, diz-se ainda “de coração cheio pela nomeação” de José Cordeiro.
“Há muito esperado, queremos que sinta a nossa plena comunhão e a mais profunda unidade. Garantimos que se sentirá bem entre nós e que juntos prosseguiremos uma história que remonta aos primórdios do cristianismo”, acrescenta.