Torcato Ribeiro, número 1 da candidatura da CDU pelo distrito de Braga. afirmou esta terça-feira que Governo deve assumir de “forma plena e cabal” o financiamento das instituições de ensino superior e considerou “gritante” falta de alojamento para os estudantes.
“Este apenas cobre cerca de 60% das despesas com salários. O remanescente de salários, despesas de funcionamento, etc, tem que ser coberto com receitas próprias. É negativo que assim seja”, conclui após encontros com o reitor da Universidade do Minho (UMinho) e a direcção associação académica da instituição minhota (AAUM), em Braga.
No encontro com Vieira de Casto, a delegação da coligação PCP-PEV abordou o sub-financiamento da universidade, “decorrente das opções de sucessivos governos PS, PSD e CDS/PP em não dotar as instituições públicas de ensino superior das verbas necessárias”.
A construção de novas residências em Braga e Guimarães, no sentido de corresponder “à necessidade gritante” de alojamento para estudantes, foi outro tema que esteva na agenda dos encontros. não passou ao lado das questões tratadas.
“Sobre esta matéria – realçou Torcato Ribeiro – só depois da pressão dos responsáveis universitários é que o governo do PS acedeu a não considerar o financiamento previsto no âmbito do PRR como um empréstimo, a ser pago pelas instituições nas próximas décadas”.
No encontro com a AAUM, os representantes dos estudantes partilharam com a CDU preocupações sobre a falta de alojamentos, sugestões de medidas de reforço dos apoios aos estudantes, em matéria de transportes e meios para o estudo, e preocupações sobre a situação de sub-financiamento da UMinho.
O número 1 comunista, acompanhado por Bárbara Barros, pelo mandatário regional Agostinho Lopes, por Belmiro Magalhães, da Comissão Política do Comité Central do PCP, e por João Luís Silva, da Comissão Política da Direcção Nacional JCP, lembrou que a UMinho tem actualmente uma oferta total de cerca de 1.300 camas, entre Braga e Guimarães, com uma taxa de ocupação anual a rondar os 100%.
“Com cerca de 5 mil estudantes bolseiros deslocados é urgente reforçar a resposta e melhorar a oferta”, afirmou.
“O governo fala em mais 15 mil camas no país, mas no concreto tarda em disponibilizar os meios e os recursos financeiros para concretizar esse objectivo, empurrando a solução deste problema para os próximos anos, dificultando assim o acesso dos jovens ao ensino superior”.
Agostinho Lopes destacou “com mais de 20 mil estudantes, a UMinho conta com cerca de 5.500 alunos bolseiros, milhares de estudantes deslocados, pelo que o reforço da Acção Social Escolar é uma necessidade particularmente premente”.
“A concretização de investimento no reforço dos transportes públicos, desde logo as ligações ferroviárias no quadrilátero Braga-Guimarães-Famalicão-Barcelos, e de soluções de tarifários tendentes à progressiva gratuitidade, são causas que a CDU assume como muito importantes”, afirmou Agostinho Lopes, antigo deputado pelo distrito de Braga.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)