André Ventura garantiu esta quarta-feira que o Chega (CH) não vai abdicar de ter um vice-presidente da Assembleia da República, apesar da oposição que se tem feito sentir por parte da esquerda. Jerónimo de Sousa já garantiu, por exemplo, que a bancada comunista não viabilizará o nome indicado por este partido da extrema-direita.
Nas eleições legislativas de 30 de Janeiro, o Chega conseguiu o terceiro lugar na corrida, recolhendo 7,15% dos votos e 12 mandatos. Este resultado faz deste partido a terceira força política nacional, tendo agora direito a indicar o nome de um deputado para a eleição dos quatro vice-presidente da Assembleia da República.
Esse deputado terá, depois, de ser aprovado pela maioria dos deputados por voto secreto, mas há partidos que já adiantaram que serão contra.
“Quero afirmar com clareza que não será com os votos do PCP que o Chega terá esse lugar institucional”, disse Jerónimo de Sousa.
Em resposta, André Ventura sublinhou esta quarta-feira, à saída de uma reunião com o Presidente da República, que “nenhum português compreenderia” que o Parlamento entrasse numa “maratona de votações” por efeito do bloqueio da esquerda do nome indicado pelo Chega para o cargo em questão.
“Quero acreditar que não passa de uma polémica de poeira”, disse, assegurando que, se o primeiro deputado indicado não for aprovado, este partido avançará com outros nomes até que consiga a “luz verde”.
Em declarações aos jornalistas, André Ventura disse ainda que não será ele o deputado indicado para vice-presidente da Assembleia da República.
“Procuraremos escolher um nome que seja uma garantia que cumprirá as suas funções”, pela sua notoriedade e experiência, explicou.
Em reacção a esta polémica, o social-democrata Rui Rio não se comprometeu com um voto contra ao nome que vier a ser indicado pelo Chega, dizendo apenas que ainda não sabe que deputado será escolhido pelo partido de Ventura para a vice-presidência da Assembleia da República.
“Terei de ver com atenção, porque deputado do Chega só havia um. Todos os outros ninguém conhece”, afirmou.
Em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião em Belém, o líder do PSD frisou, ainda, que os vice-presidentes são eleitos por voto secreto, pelo que cabe aos deputados tomarem as decisões, isto é, os líderes parlamentares podem somente dar sinais de preferência.
Redacção com ECO