Benjamim Pereira criticou esta quinta-feira o “fundamentalismo ambiental muito grande” que diz sempre ter impedido a resolução do problema “ancestral” da barra e da restinga do concelho.
O presidente da Câmara de Esposende, em declarações à Lusa, considerou ainda que a “falta de peso político” do concelho é outras das razões para o “permanente empurrar com a barriga” de um problema que “põe em causa a segurança da navegação e da própria cidade”.
“Houve sempre um fundamentalismo muito grande por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), levando estas entidades a não aceitar soluções mais resilientes para aquela zona”, apontou o autarca social-democrata.
Por outro lado, Benjamim Pereira afirmou que, caso o problema se registasse em Braga, Porto ou Lisboa, “já estaria resolvido há muito”.
“O que se passa é que não temos peso político. Somos pequenos e ninguém quer saber. O problema existe, é grave, está em causa a segurança da navegação e da população. Um dia, se houver uma tempestade, tenho dúvidas que o mar não galgue e não invada a marginal, com consequências gravíssimas”, alertou.
ESTUDO DA E FEUP E UMINHO
Perante “a inoperância das entidades” com competência directa sobre o assunto, autarquia avançou com um estudo elaborado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em colaboração com a Universidade do Minho, que vai servir de base à elaboração do projecto de intervenção.
“A restinga está toda destruída, a barra está assoreada, os perigos estão à vista de todos. Há questões graves com erosão costeira, com a exposição da cidade ao avanço do mar e com a segurança em terra e no mar. Ao longo dos anos”, frisou.
Segundo o autarca, ao longo dos anos foram sendo feitas intervenções pontuais, que “nunca resolveram o problema”.
“O problema nunca será financeiro. O problema têm sido, sobretudo, os fundamentalismos ambientais, que têm impedido uma solução mais resiliente, que torne a barra segura e navegável”, advogou, estimando que a intervenção não deverá ultrapassar os três milhões de euros.