O administrador da empresa responsável pela desconstrução do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, disse esta sexta-feira que, do material retirado do edifício, parte foi encaminhado para reciclagem, outra para reutilização e algum entrou directamente no mercado.
“As portas entraram novamente no mercado”, disse Cláudio Costa, admitindo que o reaproveitamento de materiais seja ainda uma prática “muito pouco madura” em Portugal.
O material restante vai ser encaminhado para os destinos de reciclagem, sendo que os inertes vão ser todos britados de modo a serem aproveitados noutras obras.
“No início da empreitada tínhamos um grande número de homens a desmembrar o edifício, a separar tudo muito bem, para garantir que cada material fosse para o seu destino”, explicou Cláudio Costa, um dos proprietários da Baltor.
A empresa ganhou o concurso público para a desconstrução dos 13 andares das torres nascente e poente, e do bloco mais pequeno situado nas traseiras do prédio Coutinho, por ter apresentado a “proposta competitiva em termos de preço”.
“Fomos os mais arrojados no preço, tendo em conta a avaliação e valorização dos resíduos”, explicou.
O contrato para a execução da empreitada, orçada em 1,2 milhões de euros, prevê que os proveitos resultantes da reutilização e reciclagem dos inertes revertam para a construtora.
“O grande trunfo não é tanto o reaproveitamento directo, como é o caso das portas, que ainda assim foi espectacular, mas reutilização e reciclagem. Iniciámos os processos de reciclagem da caixilharia, de todos os materiais serralharia, as madeiras, excluindo as portas, também foram para reciclagem. Todos os materiais que são valorizáveis foram separados”, apontou Cláudio Costa.
O empresário adiantou que o “proveito mais impactante” da empreitada resultará dos detritos que a Baltor irá britar.
“Vai gerar muito camião de material. Em vez de comprarmos em pedreiras vamos ter no nosso estaleiro para reutilizar”, referiu.
A “expectativa” da empresa é, “nos próximos meses, dar utilidade” ao que restou do prédio Coutinho “em alguma empreitada em que seja adjudicatária ou noutro projeto em curso na região, ou até vender a terceiros”.
Questionado sobre o montante que resultará dessa operação, Cláudio Costa não apontou uma estimativa face à “instabilidade” actual dos preços nos materiais de construção civil.
Segundo uma lista fornecida à Lusa, pela VianaPolis, relativa aos resíduos enviados para destino final, até Dezembro de 2021, a madeira atinge maior quantidade, com 257.386 quilogramas (kg).
Segue-se o ferro e o aço, com 57.800 kg, os monstros com 21.440 kg, o vidro com 15.860 kg e o alumínio 15.190 kg.
A lista inclui 6.790 kg de plástico e borracha, 4.520 kg de misturas de metais, 4.160 kg de gesso, 3.880 kg de material de isolamento, 1.780 kg de cabos, 1.300 kg de plásticos, 720 kg de cobre, e 480 kg de bronze e latão.