O presidente da Câmara de Braga defende que para prevenir e combater de forma sustentável futuras epidemias é necessário atribuir os recursos necessários ao Poder Local para que possam actuar de forma “rápida e eficaz” para proteger as comunidades.
Ricardo Rio, que falava, esta quarta-feira, na conferência ‘Healthy Cities – Healthy Citizen’, promovida pelo município de Lyon e integrada na presidência francesa da União Europeia, abordou o Plano Municipal de Saúde elaborado em Braga como “exemplo de boas práticas” nesta área, destacando “o papel de enorme importância que a actuação municipal tem na promoção e protecção dos cidadãos”.
“Ao longo do tempo, os municípios foram assumindo cada vez mais protagonismo nesta área, desenhando políticas adequadas de promoção do bem-estar físico e mental; da prevenção de comportamentos de risco; da promoção de literacia e educação para a saúde; da equidade, cidadania e igualdade de género e da qualificação ambiental e desenvolvimento territorial”, afirmou perante representantes de várias autarquias europeias.
Contudo, sustentou o autarca, “para que essa abordagem seja possível, uma das vertentes passa por atribuir os recursos necessários para que os poderes locais, mais próximos dos cidadãos, possam actuar de forma rápida e eficaz para proteger a saúde e bem-estar das comunidades”.
Ricardo Rio lembrou o papel “absolutamente determinante” que os poderes locais assumiram no combate à covid-19. “As autoridades locais e regionais demonstraram a capacidade e flexibilidade necessárias dar resposta a problemas que não eram da sua competência, mas que passaram a ser enfrentados como tal”, afirmou, salientando as responsabilidades assumidas na prevenção, cuidados de saúde, testagem e vacinação, assim como de apoio imediato aos cidadãos e instituições, com iniciativas de apoio à resiliência e recuperação do tecido empresarial.
Por outro lado, o autarca bracarense deu o exemplo de vários projectos desenvolvidos em Braga, tais como o Braga a Sorrir, de prestação de cuidados de saúde oral às classes mais desfavorecidas, o rastreio pediátrico da ambliopia, o apoio na compra de vacinas para crianças ou o auxílio na compra de medicamentos à população mais desfavorecidas. “Em muitos destes projectos estamos a colmatar, ao nível do município, aquilo que são lacunas do poder central”, disse.
Além de Braga, durante esta iniciativa, várias cidades, entre as quais, Barcelona, Frankfurt, Atenas, Paris, Leipzig, Birmingham ou Lyon, assumiram o compromisso político comum de prevenir e combater de forma sustentável futuras epidemias através de uma abordagem preventiva a nível da saúde, actuando sobre as suas causas e os factores que as podem agravar: a destruição de ecossistemas e o aquecimento global, os métodos de produção agrícola, as doenças crónicas e o enfraquecimento dos sistemas de saúde.