O Governo deu luz verde à passagem do edifício da antiga escola Santa Luzia para a Câmara de Guimarães, que o vai ceder à Universidade do Minho (UMinho) para a construção de uma residência universitária.
O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo presidente da Câmara de Guimarães durante a sessão comemorativa do 48.º aniversário deste estabelecimento de ensino superior, – sedeado em Braga. mas com pólos em Guimarães -, que decorreu no recém-inaugurado Teatro Jordão, em Guimarães.
“Através de candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência [PRR], construiremos novas residências de estudantes. Aqui incluo a [futura] residência de estudantes no antigo edifício da escola de Santa Luzia. Recebi, enquanto estava a decorrer esta sessão, enquanto o senhor reitor [da UMinho] estava a ter a sua intervenção, uma mensagem do senhor ministro das Finanças a dizer que o despacho de autorização já está feito”, afirmou Domingos Bragança.
A autorização do Governo permite que o edifício em causa, situado no centro de Guimarães, passe para a alçada da autarquia, a qual cederá o espaço à UMinho para uma residência universitária.
Antes do anúncio feito pelo autarca de Guimarães, discursou o reitor da UMinho, que alertou para o facto de este dossiê ainda não estar resolvido, “a menos de 15 dias” do fim do prazo para a apresentação das candidaturas ao PRR.
Rui Vieira de Castro chamou a atenção para “os terríveis efeitos” do não aproveitamento desta oportunidade criada pelo PRR.
“A menos de 15 dias do [fim do] prazo para a manifestação de interesse, não temos ainda uma decisão tomada acerca desta matéria. Na verdade, temos de apresentar as nossas manifestações de interesse até ao final deste mês. Não temos encontrado, apesar das muitas ajudas que temos tido, [forma de] garantir, no caso concreto de Guimarães, a transferência da propriedade da antiga escola Santa Luzia para o município, que posteriormente cederá à Universidade do Minho”, declarou o reitor da UMinho.
AMBIÇÃO ANTIGA
Rui Vieira de Castro assumiu que a construção de novas residências universitárias “é uma ambição de há muito tempo da Universidade do Minho”.
“É uma ambição que se torna muito premente na sua concretização, dado o elevado número de estudantes bolseiros que a universidade tem. Temos neste momento cerca de seis mil estudantes bolseiros e uma não resposta das nossas residências universitárias a este número tão elevado de estudantes que as procuram”, avisou o reitor.
Rui Vieira de Castro deu conta de que a UMinho está a trabalhar “a pleno vapor” com as câmaras de Braga e de Guimarães para a construção de residências universitárias no antigo edifício da escola Santa Luzia, em Guimarães, e na antiga Fábrica Confiança, em Braga.
O reitor da UMinho também aproveitou a cerimónia do 48.º aniversário da universidade para alertar para a “contínua pressão orçamental e financeira” vivida por este estabelecimento de ensino superior.
“O nível de financiamento público que resulta, desde logo, da não aplicação da fórmula de financiamento coloca a UMinho sob contínua pressão orçamental e financeira, com efeitos na renovação geracional do corpo docente e da sua progressão, na contratação de trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão e na requalificação das suas infra-estruturas tecnológicas e físicas”, avisou Rui Vieira de Castro.
Este cenário é agravado, segundo o reitor da UMinho, “pelas dificuldades que a universidade sistematicamente tem em ver satisfeitos, em tempo útil, os reembolsos devidos pelas entidades financiadoras”.