O eurodeputado Nuno Melo apresentou este sábado, na sede do CDS, no largo do Caldos, em Lisboa, a sua candidatura oficial à liderança do partido. No seu discurso, começa por dizer que recusa “deitar a toalha ao chão” e que o faz “sem medo e com muita motivação”.
“Hoje [sábado] não começa a última batalha de um CDS perdido. Hoje começa a primeira batalha para um CDS renascido”, disse Nuno Melo, reiterando que nunca sentiu tanto como este sábado “a obrigação de dar o peito às balas” pelo partido. “Valemos pouco se não dermos o melhor de nós quando tudo é mais difícil”, considerou.
Tendo ao seu lado o ex-líder parlamentar Telmo Correia, e os antigos governantes Pedro Mota Soares e Nuno Magalhães, o também presidente da Distrital de Braga afirmou que não se resigna pelo facto de o CDS não estar representado na Assembleia da República e que tem “mesmo a certeza que depois das eleições legislativas, a maioria dos portugueses percebeu a perda inestimável que isso significa”.
“Tenho a certeza que quem, votando normalmente no CDS e não o fez em Janeiro por motivos que foram manifestamente conjunturais, nunca quis o CDS fora do Parlamento”, realçou o eurodeputado.
SINAIS
Nuno Melo pede aos militantes do partido para estarem “atentos aos sinais” e criticou a IL e o Chega.
“O CDS não faz do mercado o centro dogmático da sua existência. O CDS defende uma economia de mercado saudável, foi sempre assim, com regras, que é completamente diferente do capitalismo selvagem. (…) Mas para o CDS as pessoas estiveram sempre em primeiro lugar”, disse o eurodeputado.
“Se a Iniciativa Liberal se quer sentar, mesmo que não consiga, entre o PS e o PSD, também percebemos um Chega que na verdade se quer sentar à direita do próprio regime (…). Há todo esse espaço político entre o PSD e o Chega que não está representado na Assembleia da República. Esse espaço é nosso e temos de lá voltar”, referiu ainda.
ZANGAS
Por fim, Nuno Melo reiterou que o CDS não acabou e que “faz falta a Portugal”, admitindo que “pelo caminho” o partido terá muito trabalho, mas que trabalho “é coisa que nunca meteu medo”.
Nuno Melo quer um partido que “não exclua, unido”, e, sem nunca referir o nome de Francisco Rodrigues dos Santos, o centrista, natural de Famalicão, afirma também que “não quer zangas”.
“Não perderei um segundo em ajustes de contas. E centrarei todas as nossas energias na reconstrução do CDS, porque o CDS faz falta a Portugal. Em vez de excluir, unir, vez de reduzir, alargar, em vez de crispar, reconciliar, em vez de fechar, abrir, em vez de morrer, viver”, disse.
Nuno Melo admitiu que o próximo obstáculo do partido é o financeiro, com um CDS sem a subvenção do Estado, e promete dar o exemplo, “para assegurar os postos de trabalho no Largo do Caldas”.
“Não receberei um cêntimo de vencimento nos próximos dois anos no CDS. E se aquilo que seria o meu vencimento permitir manter mais um ou dois empregos no Largo do Caldas, sinto que estou a fazer rigorosamente o que está certo”, acrescentou.
O eurodeputado agradeceu ainda aos militantes “que não saíram do partido”, durante o mandato de Francisco Rodrigues dos Santos, mas também “aos que saíram e querem voltar”.
Redacção com i e TSF