São “promissores” os resultados dos ensaios laboratoriais para avaliar a sua resistência mecânica e avaliar o potencial da resina biodegradável seleccionada (PBSAT) como alternativa ao fio de nylon ou outros para a produção de redes de pesca biodegradáveis e a sua biodegradabilidade realizados pela Universidade do Minho (UMinho), a pedido da Câmara de Esposende,
Em comunicado, a autarquia esposendense afirma que os diferentes ensaios laboratoriais, realizados no âmbito do projecto E-Redes, promovido pelo município de Esposende, em parceria com a Empresa Municipal Esposende Ambiente, a UMinho e a Associação de Defesa do Ambiente – Rio Neiva, “são promissores, uma vez que parece haver um equilíbrio adequado entre a resistência mecânica esperada e a biodegradação do PBSAT, em ambiente marinho”.
“A introdução de materiais biodegradáveis na indústria pesqueira é promissora, considerando a importância de se reduzirem os impactos negativos decorrentes da actividade piscatória, como a poluição marinha e a pesca fantasma, provenientes de artes da pesca com materiais tradicionais usualmente descartadas ou perdidas durante a actividade”, acrescenta.
. A implementação de novas soluções mais adaptadas ao contexto marinho e a consequente protecção das espécies marinhas “é cada vez mais urgente e imprescindível, considerando que a vida marinha está relacionada com diversos serviços dos ecossistemas ao nível ambiental, social e económico”.
Para estudar a resistência mecânica do PBSAT realizaram-se ensaios de tracção a dezenas de malhas da rede fabricadas com este material, antes e depois de serem usadas em campanhas de pesca experimental.
“Os resultados indicam alguma variabilidade da resistência após a utilização e exposição do material a condições adversas e marítimas sem, no entanto, comprometer a eficiência mecânica, mostrando-se favorável para o caso de estudo”, refere a autarquia.
Os processos de avaliação da degradação mecânica e biológica em laboratório foram realizados através de diferentes ensaios, incluindo a caracterização por microscopia electrónica de varrimento, que permitiu avaliar a morfologia da superfície e a composição química do material.
Foi, ainda, realizado o ensaio de biodegradabilidade em laboratório, através da medição da evolução do oxigénio dissolvido na água do mar (BOD), que permite essencialmente estudar os processos de biodegradação do material por organismos aeróbicos, em condições marinhas.
O material, para os diferentes diâmetros do monofilamento, apresentou diferentes sinais de degradação tais como laminação, abrasão mecânica, variação da geometria da secção e redução do diâmetro do monofilamento. No que se refere ao ensaio de BOD os resultados mostraram uma diminuição do oxigénio dissolvido na amostra e, por isso, um potencial indicador positivo de biodegradabilidade em ambiente marinho.
In situ, estão também em curso outros ensaios destinados a estudar o comportamento mecânico e de biodegradação a longo prazo em condições reais, que decorrerão durante pelo menos dois anos, o tempo necessário para que o material se biodegrade. Para isso, análises de microscopia electrónica de varrimento, resistência mecânica e perda de massa são periodicamente realizadas de modo avaliar a evolução do material com o tempo de exposição às condições reais de utilização.
Evolução dos ensaios realizados aqui: https://youtu.be/S2rR2Wc5zkA.