Jorge Moreira da Silva defende que “na casa do PSD não cabem xenófobos ou racistas”, assume como objectivo classificar a natureza com outros partidos, assegura que não admitirá “em qualquer circunstância dialogar e negociar com forças populistas e extremistas”, afastando assim, o diálogo com o Chega.
Moreira da Silva, natural de Famalicão, onde nasceu a 24 de Abril de 1971 prometeu ainda, na apresentação da sua candidatura à liderança do PSD esta quarta-feira, num espaço em Monsanto, rejuvenescer o partido e criar um verdadeiro governo sombra que faça marcação directa aos ministros do PS.
O candidato à liderança dos sociais-democratas acusou ainda o sistema partidário português de padecer de “sonambulismo, servindo de pasto ao fogo do populismo e descrença”.
“Candidato-me à liderança do PSD pelo sentido de responsabilidade que 33 anos de militância exigem e animado pela firme convicção que sou portador de um projeto capaz de renovar o PSD, libertar o potencial de crescimento sustentável em Portugal e assegurar que os portugueses reconquistam o seu pleno direito ao futuro”, explicou.
TEMPESTADE PERFEITA
O candidato admitiu que o país enfrenta uma “tempestade perfeita” dado que “o mundo mudou a uma velocidade alucinante, mas o país não se actualizou, nem se reformou”. Moreira da Silva comprometeu-se a actualizar as linhas programáticas do PSD e a clarificar a natureza do seu relacionamento com os restantes partidos políticos. “O PSD não enfrenta uma crise de identidade, mas uma crise de modernidade”, acrescentou.
Moreira da Silva sublinhou a necessidade de posicionar o PSD enquanto “espaço amplo”, de união entre reformistas e que agrega social-democratas e liberais sociais. O candidato vincou ainda a diferença do PSD, face ao PS, através da valorização da iniciativa privada, a defesa de um estado “que sirva os cidadãos”, e compatível com o “nível de impostos que é aceitável cobrar”.
No entanto, Moreira da Silva destacou também a necessidade de ir além da vertente programática. “Comigo o PSD passará a ter uma cultura de start-up e não de incumbente”, pelo que será um partido “de movimento e orientado por causas”.
Moreira da Silva pretende que o PSD seja o partido de referência nas qualificações dos seus representantes. Para este fim, o candidato destaca a instituição de programas de formação em liderança de políticas públicas, e de frequência obrigatória para todos os candidatos a eleições autárquicas, legislativas e europeias. “Seremos mais, seremos mais novos e seremos diferentes”, defende.
Fernando Gualtieri com ECO