O Tribunal Judicial de Braga procede, esta quarta-feira, à leitura do acórdão do julgamento do militar vilaverdense da GNR, Carlos Pereira Lima, de 38 anos, que é suspeito de ter cometido 43 crimes de difamação contra uma juíza, 13 contra uma magistrada do Ministério Público e 10 contra o outro, três dos quais de perseguição. Os três magistrados são do tribunal de Vila Verde.
Durante o julgamento, Carlos Lima manifestou-se “arrependido” e pediu desculpa aos visados.
O pedido abrange, ainda, os actos que praticou de intimidação dos magistrados, a juíza Alda Sá Faustino e os dois procuradores da República de Vila Verde, Ana Isabel Peixoto e Nuno Filipe Ferreira, quando os seguiu até ao café que frequentavam e se postou na sala de audiências, supostamente com o mesmo objectivo.
Assumiu, ainda, como inadmissíveis os excessos de linguagem a que recorreu, nomeadamente através da conta pessoal do Facebook, denominada ‘Hibrahim Carolu’.
No seu depoimento disse que, na altura, se sentiu injustiçado com o facto de ter sido condenado, por duas vezes, no Tribunal vilaverdense, em duas querelas com vizinhos, por causa de uma dívida de 100 mil euros ao pai do GNR.
PRISÃO DOMICILIÁRIA
Carlos Pereira Lima, de 38 anos, solteiro, natural e residente em Vila Verde, está suspenso de funções na GNR e em prisão domiciliária, com uma pulseira electrónica.
Foi condenado duas vezes no Tribunal Judicial de Vila Verde por causa de uma querela com uma família: o pai terá emprestado 100 mil euros a uma pessoa, e esta não os devolveu, o que terá motivado a intervenção do militar, supostamente em modos agressivos. O caso foi para Tribunal que o condenou.
Depois disso, e por ter achado que as condenações eram injustas, começou a ‘atacar’ os três magistrados na rede social – com palavras fortes e supostamente ofensivas – e passou a ir com frequência ao Tribunal Judicial de Vila Verde, para assistir a julgamentos presididos pela juíza e com a presença de um dos procuradores. Tê-los-á, depois, abordado na rua, e à entrada do Tribunal e mesmo no restaurante que frequentam, pedindo esclarecimentos sobre as sentenças.
Luís Moreira (CP 7839 A)