O Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) considera “muito, muito positivos” os resultados do primeiro ano de funcionamento da sala de consumo assistido de drogas de Lisboa, que é hoje uma verdadeira “estrutura de inclusão”.
“Os resultados são muito, muito positivos”, disse esta terça-feira à Lusa o subdirector-geral do SICAD, Manuel Cardoso, a propósito do primeiro ano de funcionamento da sala de consumo assistido instalada na zona do Vale de Alcântara, em Lisboa, que começou a receber utentes em 18 de Maio de 2021.
Manuel Cardoso destacou que o espaço é uma estrutura que vai “muito além do que seria necessário” para o consumo de substâncias ilícitas, por via endovenosa (injecção de drogas) com vigilância de técnicos de saúde, que é o que está previsto na legislação portuguesa para este tipo de equipamentos, vulgarmente conhecidos como ‘salas de chuto’.
O espaço, o primeiro e único que existe no país, é hoje uma sala de consumos de drogas injectadas e fumadas, mas tem também “outras capacidades”, com várias respostas ao nível social, como serviços de enfermagem, fornecimento de refeições, uma área de banhos ou um banco de roupa, pensados particularmente para utentes em situação de sem-abrigo.
Tem ainda uma equipa que actua na comunidade, no bairro onde está instalado o equipamento, nas imediações do antigo Casal Ventoso, onde recolhe do espaço público os vestígios do consumo de drogas (como seringas) ou tenta intervir junto de consumidores de drogas.