A Bosch quer contratar mais de 1.100 pessoas para Portugal em 2023, das quais entre 800 e 1,000 para a unidade de produção de soluções de mobilidade de Braga “se o mercado continuar como está”, informou o grupo alemã esta terça-feira.
No encontro com os jornalistas, no Porto, a multinacional explicou que tem novos projectos para as unidades de Aveiro e de Braga,
Em Braga, a unidade de produção de soluções de mobilidade vai contar com dois novos edifícios, que devem ficar prontos no terceiro trimestre de 2023.
“Há duas semanas iniciámos a construção de mais 15 mil metros quadrados de área produtiva e de mais seis mil metros quadrados na área dos escritórios”, revelou o responsável pela Bosch em Portugal, Carlos Ribas.
“Se o mercado continuar como está”, podem entrar “800 a 1000 pessoas” em Braga logo em 2023, contabilizou o gestor do grupo em Portugal, que continua a sofrer paragens de produção devido à falta de semicondutores.
Em Aveiro está em marcha um investimento total de 17 milhões de euros em instalações de teste para uma nova tecnologia de bombas de calor e acrescentar uma linha de produção, que deverá arrancar no primeiro semestre de 2023.
A ampliação das instalações de Aveiro — que também produzem esquentadores e caldeiras — permite a criação de 300 novos postos de trabalho em dois anos.
Logo em 2023 “deverão entrar entre 100 e 150 pessoas”, com o recrutamento a ficar completo em 2024, detalhou Carlos Ribas.
Com as 350 pessoas a contratar em 2022 e as mais de 1.100 no ano seguinte, a Bosch pode ultrapassar a fasquia dos 7.000 funcionários em Portugal no próximo ano.
PORTUGAL MUITO COMPETITIVO
O país é considerado “o mais competitivo” da Europa Ocidental pelo presidente do grupo alemão para Portugal e Espanha, Javier González Pareja.
“Todas as unidades do grupo aqui têm investigação e desenvolvimento – em parceria com universidades. Há poucos países, como Portugal, com produção e invenção na mesmo localização. Isso torna o país muito competitivo a nível internacional”, destacou Javier González Pareja, na conferência de imprensa.
O líder ibérico da Bosch também assinalou a aptidão das novas contratações da empresa na área tecnológica.
As vendas do grupo Bosch em Portugal aumentaram 5% para 1,7 mil milhões de euros no ano fiscal de 2021. Os produtos saídos das unidades do grupo alemão em solo português foram exportados para mais de 50 países e representaram mais de 97% das vendas.
Só a fábrica de Braga facturou 1.040 milhões de euros em 2021 e foi a única unidade do grupo alemão em Portugal que não bateu um recorde de vendas, penalizada pela escassez de semicondutores (‘chips’).
“A fábrica de Braga, que é a entidade maior da Bosch em Portugal, facturou 1.040 milhões de euros e foi a única unidade do grupo em Portugal que não facturou o recorde, ou seja, em que o melhor ano não foi 2021. Para todas as outras unidades da Bosch em Portugal [fábricas de Aveiro e Ovar e instalações de Lisboa], sem dúvida que foi um ano muito positivo”, afirmou Carlos Ribas.